Foto: Alan Sousa
Mostra é gratuita e aberta ao público, mediante verificação da classificação indicativa, e reúne filmes sobre o tema em exibições realizadas nos dias 4, 8 e 9 de agosto
Rememorando o conturbado período ditatorial brasileiro, a Escola Porto Iracema das Artes – Escola de Formação e Criação do Ceará que integra a Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Ceará (Rece), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar –, inicia, no domingo (4), a abertura da Mostra de Cinema Político. A atividade é feita em alusão aos 60 anos da ditadura militar no país, e busca conscientizar e reafirmar a importância da democracia no Brasil.
Realizada de forma gratuita e aberta ao público, mediante verificação da classificação indicativa dos filmes, a Mostra reúne obras de cineastas com trajetória reconhecida, que dialogam com o período de repressão. Entre os filmes a serem exibidos estão: “Ana. Sem título.”, de Lucia Murat; “A flecha e a farda”, de Miguel Antunes Ramos; “Hoje”, de Tata Amaral e “A torre das donzelas”, de Susanna Lira. A mostra acontece nos dias 4, 8 e 9 de agosto, no Cinema do Dragão, em horários alternados.
Entre as obras mais conhecidas realizadas pelos diretores incluídos na mostra estão o documentário “Clara Estrela” e o filme “Mussum: Um filme do Cacildis”, de Susanna Lira. Ainda destacando a excelência das produções dos cineastas, há também o filme “Sequestro Relâmpago”, da diretora Tata Amaral.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA DE CINEMA POLÍTICO:
4 de agosto, domingo
“Ana. Sem título.”, de Lucia Murat
às 17h, no Cinema do Dragão
“A flecha e a farda”, de Miguel Antunes Ramos
às 19h20, no Cinema do Dragão
8 de agosto, quinta-feira
“Hoje”, de Tata Amaral
às 14h, no Cinema do Dragão
9 de agosto, sexta-feira
“A torre das donzelas”, de Sussana Lira
Às 14h, no Cinema do Dragão
SINOPSES DOS FILMES
“Ana. Sem título.”
Direção: Lucia Murat
Híbrido (doc fic). 110 min.14 anos. Co-produção Brasil Argentina. 2020.
Stela, uma jovem atriz brasileira, decide fazer um trabalho sobre as cartas trocadas entre artistas plásticas latino-americanas nos anos 70 e 80. Viaja para Cuba, México, Argentina e Chile à procura de seus trabalhos e de depoimentos sobre a realidade que elas viveram durante as ditaduras que a maior parte desses países enfrentaram na época. Em meio à investigação, Stela descobre a existência de Ana, uma jovem brasileira que fez parte desse mundo, mas desapareceu. Em 1968, Ana foi do sul do Brasil, de uma pequena cidade do interior, para a efervescente Buenos Aires, que vivia um momento de mudança nas artes plásticas e no comportamento. Obcecada pela personagem, Stela resolve encontrá-la e descobrir o que aconteceu com ela. O filme é livremente inspirado na peça “Há mais futuro que passado”.
“A flecha e a farda”
Direção: Miguel Antunes Ramos
Documentário. 85 min. Livre. São Paulo. 2018.
Cinquenta anos depois de sua feitura, reaparece a filmagem da formatura da primeira e única turma da Guarda Rural Indígena. Em 1970, oitenta indígenas marcharam, fardados, no pátio de uma delegacia, para a cúpula do regime militar. Cinquenta anos depois, o filme busca estes guardas – seus corpos, suas histórias, suas memórias.
“Hoje”
Direção: Tata Amaral
Ficção. 86 min. 10 anos. São Paulo. 2011.
O roteiro de “Hoje” – uma adaptação do livro “Prova Contrária”, de Fernando Bonassi – é centrado em Vera, uma ex-militante política que recebe indenização do governo brasileiro pelo desaparecimento do marido, vítima da repressão desencadeada pela ditadura militar (1964-1985). Com o dinheiro, ela pôde comprar o tão sonhado apartamento próprio e libertar-se desta condição de suspensão em que viveu durante décadas, período em que não era sequer reconhecida oficialmente como viúva. No momento da mudança para o novo lar, porém, surge uma visita que a obriga a rever toda sua trajetória.
“A torre das donzelas”
Direção: Susanna Lira
Documentário. 97 min. 12 anos. Rio de Janeiro. 2019.
Há desejos que nem a prisão e nem a tortura inibem: liberdade e justiça. Há razões que nos mantêm íntegros mesmo em situações extremas de dor e humilhação: a amizade e a solidariedade. O filme traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes em São Paulo. TORRE DAS DONZELAS é um exercício coletivo de memória feito por mulheres que acreditam que resistir ainda é um único modo de se manter livre.
Sobre a Escola
A Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, equipamento da Rede de Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há onze anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Serviço
O quê: Porto Iracema das Artes promove Mostra de Cinema Político, em alusão aos 60 anos da Ditadura Militar Brasileira
Onde: Cinema do Dragão
Quando: 4, 8 e 9 de agosto, em horários alternados
Gratuito e aberto ao público mediante verificação da classificação indicativa
Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Liv de Moraes (estagiária) | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 02 de agosto de 2024