Os grupos Orquestra Transversal, Murmurando e Orquestra Popular do Nordeste trabalharam diretamente com o chorinho, proporcionando a atualização de repertórios clássicos e novas músicas do gênero
Uma das primeiras criações musicais genuinamente brasileiras, o chorinho é celebrado nesta quinta-feira, 23, Dia Nacional do Choro e aniversário daquele que consolidou o gênero, o grande Pixinguinha. Referência na produção artística nacional, o estilo é influência para instrumentistas e está presente no repertório de grupos cearenses. No Porto Iracema das Artes, o Laboratório de Música contemplou o gênero em pelo menos três edições, nos anos de 2015, 2017 e 2019, com os grupos Murmurando, Orquestra Popular do Nordeste e Orquestra Transversal, respectivamente.
Foi com o projeto “Canto da Jandaia” que a Orquestra Popular do Nordeste lançou livros com partituras inéditas de compositores locais, como relembra o musicista e integrante do grupo Pedro Madeira. Ele fala da importância do choro, “o irmão mais velho do samba”, desde a junção de estilo europeu (as polcas) aos afro-brasileiros (como Lundu e Maxixe). Obra de Pixinguinha, a quem ele atribui a formação de um “sotaque brasileiro” a esse gênero.
O choro é também um grande desafio e aprendizado para qualquer instrumentista, na visão de Samuel Rocha, do Grupo Murmurando. “Em sua maioria, são composições com muitas notas, que exigem muito virtuosismo de quem executa, e, claro, existem melodias belíssimas que tocam nosso coração”, avalia o instrumentista. Em 2015, o grupo foi responsável por dar novas roupagens a músicas já famosas. Essa releitura, para Samuel, contribui para a evolução do choro, tornando-o um gênero vivo e relevante ainda hoje. Através do Laboratório de Música, composições autorais foram incorporadas aos repertórios do grupo.
É nessa experiência proporcionada pela formação artística que alguns músicos desenvolveram trabalhos solo com bastante referência ao estilo, como destaca a coordenadora do Laboratório de Música, Mona Gadelha. Outro projeto que se propôs a reavivar o chorinho foi o “Peripécias Transversais”, da Orquestra Transversal, que também trabalhou com o samba, o baião e a bossa nova.
A Orquestra participou do Lab Música em 2019. Segundo Heriberto Porto, professor da Uece e integrante da Orquestra Transversal, o choro sempre esteve presente na produção do grupo, antes mesmo da passagem pelo Lab, sendo objeto de estudos e espetáculos em homenagem a artistas de grande destaque, como Pixinguinha, Altamiro Carrilho, Ernesto Nazareth e Zequinha Abreu.
Confira, abaixo, algumas apresentações desses grupos durante o Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes:
– Grupo Murmurando – Lab Música 2015
3ª Mostra de Artes do Porto Iracema – MOPI III
Mirante, clipe em parceria com o Núcleo de Audiovisual do Porto Iracema (Nave)
– Orquestra Popular do Nordeste – Lab Música 2017
Show de 4 anos do Porto Iracema
– Orquestra Transversal – Lab Música 2019
André de Sapato Novo – Concerto no Festival Eleazar de Carvalho 2015
Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, ligada à Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há seis anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Serviço
O que: Porto Iracema comemora Dia Nacional do Choro relembrando projetos do Laboratório de Música da escola
Quando: Quinta-feira, 23 de abril
Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Pedro Victor Lacerda
Publicado em 22/04/2020