Escola de Formação e Criação do Ceará

Corpos/Danças (des)fronteirizades

”O Cheiro da Lycra” é o título do espetáculo que o projeto Corpos/Danças (des)fronteirizades, do Laboratório de Dança, vai apresentar nesta sexta-feira, 28, às 16h, durante a Mostra de Artes do Porto Iracema (MOPI). A transmissão ocorre pelo Youtube da Escola e estará acessível em Libras. Esta é a 8° edição da MOPI, que encerra o período letivo da escola, e este ano acontece de forma completamente remota. ”O Cheiro da Lycra” é uma obra, ainda em processo de construção, da Cia Alysson Amancio. A pesquisa colaborativa tem a participação dos artistas Luiz Renato e Kel Maia, além da tutoria do bailarino e coreógrafo Fauller. Após a exibição do trabalho, o público poderá conversar com os artistas do projeto sobre o processo de criação.

A dramaturgia se faz a partir das memórias do intérprete-criador Alysson Amancio, seus enfrentamentos de assumir-se como gay/bailarino/negro, tendo nascido “macho” no interior do Ceará, onde as expectativas eram, e ainda são, na maioria dos casos, marcadas por estereótipos de gênero. ”O Cheiro da Lycra” fala sobre a constante e árdua luta de descolonializar-se da brancacisheteronormatividade. 

O artista explica: ”É um solo de dança contemporânea. Comecei essa pesquisa em 2019, quando estava no doutorado pesquisando sobre colonialidade, resistência e enfrentamento. Senti necessidade de pensar isso no corpo também”. A obra tem duração média de 30 minutos e é um desdobramento de outra apresentação da Cia, intitulada ”Cabra da Peste”.

A apresentação do projeto na MOPI será em vídeo. Toda a apresentação foi gravada em Juazeiro do Norte, no Teatro Luaciany Maria. ”Mesmo que a obra ainda esteja em processo, a gente já tem um resultado que achamos importante compartilhar”, complementa Amancio.