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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Russo Passapusso comenta experiência de tutoria no Laboratório de Música: ‘Você ensina aprendendo e aprende ensinando’

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Foto: Micaela Menezes

Tutor do Laboratório de Música, Passapusso orienta grupo Pira Coletiva

Nome consolidado na cena musical brasileira, Russo Passapusso faz parte do time de tutores da 12ª edição dos Laboratórios de Criação, iniciativa da Escola Porto Iracema das Artes – Escola de Formação e Criação do Ceará, que integra a Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Estado (Rece), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). O artista esteve na instituição na última semana para dar início ao processo de mentoria.

Tutor do Laboratório de Música, Russo orienta o desenvolvimento do EP “Carnaval do Futuro” (nome provisório), do grupo Pira Coletiva. O trabalho pretende unir elementos do rock e da MPB como forma de enaltecer a cultura nacional e romper preconceitos ainda existentes entre os gêneros.

Para conhecer melhor o projeto, o vocalista do BaianaSystem se reuniu presencialmente, ao longo de três dias, com a banda cearense formada por Francisco Wellington de Sousa Junior, Lucas Montalto Farias da Silva e Tiago Costa Da Silva Coelho.

Durante os encontros, os músicos partilharam histórias e vivências. O momento de troca, segundo o tutor, ajudou na construção das composições do EP: “Esse processo [de composição] tem sido realizado através de conversas e memórias afetivas […] Não é a composição pela composição. Não é um banquinho, um violão, não é essa relação. É uma relação de troca ali, para entender a música como uma linguagem de vida”, comenta o músico.

Apesar de participar do projeto como orientador, Russo afirma também estar aprendendo com a tutoria, descrevendo-a como um processo em que “você ensina aprendendo e aprende ensinando”.

“Para mim, a experiência é maravilhosa. Eu tenho aprendido muito com esse processo. Fortaleza me dá essa oportunidade de aprender com as histórias, com as pessoas, com os movimentos, com essa comunicação cidade-escola. […] A música é uma consequência da relação com a cidade quando você vem fazer um trabalho dentro da Escola, porque sai de lá, vem para cá e volta para lá”, conta ele, destacando a importância de entender a ligação existente entre a cidade, os artistas e a Escola para ajudar no desenvolvimento do disco.

Via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), os Laboratórios de Criação da Porto Iracema das Artes contam com Patrocínio Master da Nubank e Patrocínio da Cagece.

Experiência anterior nos Laboratórios de Criação

A participação de Passapusso na produção do EP “Carnaval do Futuro” não é o primeiro contato do músico com os Laboratórios de Criação. Em 2021, também por meio do Laboratório de Música, o artista orientou o projeto “O Cheiro do Queijo”, do trio Abu da Pereba, Bito Beat e Morcego. 

Explorando a relação entre o rap, o circo e a rua, a experiência apresentou a história e a cultura local ao cantor baiano, o que acabou ajudando-o na nova mentoria.

“O fato de eu ter feito um projeto como o ‘Cheiro do Queijo’ já me deixou entendendo ‘qual é a da cidade’. [É importante saber disso] porque, quando você faz algo musical com pessoas da cidade, que fazem suas [próprias] composições, geralmente elas falam sobre aquele lugar. Então, a gente tem que saber um pouco do lugar para se comunicar com essas pessoas”, diz Russo.

Por fim, Passapusso afirma ver semelhança entre “Carnaval do Futuro” e “O Cheiro do Queijo”, já que, apesar de possuírem gêneros e propostas diferentes, ambos são resultados da luta pela vontade de viver de arte.

“Todo mundo está na mesma luta de fazer música e viver de música. Cada um com seus problemas, com seus lugares, com suas histórias e tentando fazer música. Pra mim, estamos dando um grito pela música, pela necessidade de conseguir viver de música”, finaliza ele.

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Isabella Rifane | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 14 de outubro de 2024