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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Panmela Castro orienta artistas participantes do Laboratório de Criação de Artes Visuais, da Escola Porto Iracema das Artes

Artista Visual Panmela Castro fala sobre a experiência de ser tutora da 12ª edição dos Laboratórios de Criação

Panmela Castro discursando durante aula aberta na Escola Porto Iracema das Artes, em Fortaleza
Panmela Castro discursando durante aula aberta na Escola Porto Iracema das Artes, em Fortaleza / Foto: Micaela Menezes

Panmela é responsável pela orientação dos projetos “Como criar seu altar” e “Kalunga-pequena”

Referência no mundo das artes visuais, Panmela Castro é uma das tutoras da 12ª edição dos Laboratórios de Criação da Escola Porto Iracema das Artes – Escola de Formação e Criação do Ceará, que integra a Rede Pública de Equipamentos da Secretaria de Cultura do Estado (Rece), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). A artista visitou a instituição nesta semana para iniciar o processo de mentoria dentro do Laboratório de Artes Visuais.

Acreditando no potencial da iniciativa, Panmela orienta os projetos “Como criar seu altar” e “Kalunga-pequena”, desenvolvidos por Amanda Nunes e Dhiovana Barroso, respectivamente. A tutora é conhecida por trabalhar, em suas obras, o afeto, as relações de alteridade e o senso de pertencimento. Nas produções, costuma utilizar diferentes linguagens, como pintura, escultura e instalações de vídeo e fotografia.

Para a artista visual, a mentoria ajuda a aperfeiçoar ainda mais os trabalhos. “Já existe uma maturidade na produção [dos projetos]. Então, eu acho que é uma lapidação mesmo o que a gente está fazendo”, contou. 

Sobre o processo de mentoria, Panmela explica que, ao instruir as jovens artistas, tenta respeitar o olhar de cada orientanda, adaptando seus conselhos de acordo com cada trabalho.

“Dependendo da participante, a gente vai se adaptando. Eu faço um estudo de cada caso e faço a orientação direcionada para cada participante. Elas têm que desenvolver [os projetos] dentro dos objetivos delas, dentro da linguagem delas, dentro do que elas querem trabalhar”, afirmou Castro.

Por fim, a artista revelou considerar os Laboratórios de Criação como uma espécie de “incubadora”. Idealizadora do livro “Hackeando o Poder: Táticas de guerrilha para artistas do Sul global” (Cobogó, 2023), espécie de manual voltado para as dificuldades enfrentadas por jovens mulheres ao ingressar no universo artístico, Panmela defende que a iniciativa ajuda a preparar melhor as artistas para a jornada no mundo da arte.

“Eu acredito que projetos como esse [da Porto Iracema das Artes] funcionam num sistema quase de incubadora e são essenciais para desenvolver as artistas. Eu acredito que, se existissem mais projetos como esse [os Laboratórios de Criação], a gente teria meninas mais preparadas para lidar com a jornada nas artes”, conclui Panmela.

Via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), os Laboratórios de Criação da Porto Iracema das Artes contam com Patrocínio Master da Nubank e Patrocínio da Cagece.

Saiba mais sobre cada projeto

Criado por Amanda Nunes, o projeto “Como criar seu altar” expõe os efeitos da fé no cérebro humano e tenta “reflorestar” o imaginário coletivo em relação ao que são as imagens sacras.

Já o “Kalunga-pequena”, desenvolvido por Dhiovana Barroso, utiliza diferentes linguagens, como pintura e escultura, para discutir como corpos pretos marcam sua passagem pela terra, indo contra correntes de pagamentos.

Veja sinopses 

Como criar seu altar

Entendendo os efeitos da fé no cérebro humano, minha pesquisa busca reflorestar o imaginário coletivo sobre o que é imagem sacra, desenvolvendo pinturas que poderiam compor um altar, onde corpos marginalizados e a memória são os elementos centrais, são o sagrado.

Kalunga-pequena

Kalunga-pequena é o caminhar de pés negros que movem o mundo, é também cemitério, luto. O silêncio entre cada passo dado sobre as águas da kalunga grande é o som que agora nos guiará. A pesquisa vem descobrir, através de linguagens artísticas como escultura, instalação e pintura, como um corpo preto marca a sua passagem na terra de forma a ser lembrada, indo contra a corrente de apagamentos que caem sobre os mesmos, num movimento constante de nadar contra as correntes.

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Isabella Rifane | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 03 de outubro de 2024