Evento terá oficinas e mesas de debates gratuitos
De quinta a sábado, 19 a 21 de abril, o Porto Iracema das Artes realiza, em parceria com o Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a escola Vila das Artes, da Prefeitura de Fortaleza, o I Seminário Arte, Comunidade e Luta Social. O evento terá mesas de debate abertas ao público, lançamento de livro e ofertará 40 vagas para duas oficinas.
Porto Iracema, UFC e Vila das Artes se uniram no interesse por pensar as práticas artísticas em contextos ampliados e sensíveis à realidade social brasileira, que desde 2013 sofre intensas transformações, na promoção de um espaço de troca e reflexão sobre arte, comunidade e luta social. A ideia é oferecer à capital cearense um seminário que alie prática e teoria, num percurso que envolve oficinas e debates colocando em diálogo experiências locais, nacionais e internacionais.
Debates
A programação do seminário contará com duas mesas de debates. A primeira tem como tema “Arte com quem, para quem e como? Teatro, feminismo, comunidade e política” e abre o evento. Será no dia 19, às 19h, no auditório do Porto. Os convidados são Hugo Cruz (Teatro Comunitário – Porto), Maíra Guedes (Teatro Popular Feminista- Bahia), Maria Silma Magalhães (PACRA/INCRA-CE – Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária) e Vicente Sousa Araújo Júnior (Grupo de Teatro Brilho do Sol – Arte e Cultura na Reforma Agrária).
No dia 20, também às 19h, ocorre a segunda mesa “Arte e comunidade: espaços, lugar de fala e representatividade”. Os convidados são da ocupação “É o Gera”: Alécio Fernandes (Na Tora), Priscilla Sousa (Servilost) e Roni Flow (Ocupa Cajueiro); e Anália Timbó (Vidança). O debate acontecerá novamente no auditório do Porto Iracema.
OFICINAS
Nos dias 20 e 21, o evento oferecerá duas oficinas com 20 vagas disponíveis em cada. A participação é gratuita e as inscrições já foram encerradas.
Oficina Práticas Artísticas e Comunidades: uma abordagem poética do real
Com Hugo Cruz
Ementa: Da interação entre Arte e a Comunidade surge um território de criação com um potencial único e com características muito próprias. A proposta é ensaiar-se um levantamento e a integração de diferentes perspectivas perante as múltiplas formas que revela a intersecção entre Arte e Comunidade. Destaque para as dimensões artística, comunitária e política destas práticas numa visão articulada e complementar e assumindo-as como indissociáveis. Esta oficina constitui-se como uma introdução à formação de profissionais e estudantes com interesse no desenvolvimento na área da criação artística, das competências pedagógicas e humanas e da capacidade de pesquisa, reflexão crítica e ação sobre a realidade.
Quando: Dia 20, de 8h30min às 16h
Onde: Vila das Artes
Vagas: 20
06 Horas/aula
Sobre Hugo Cruz
É co-fundador e diretor artístico da PELE – Espaço de Contato Social e Cultural e coordenador do núcleo de Teatro do Oprimido do Porto. Colaborador no Instituto de Estudos de Literatura Tradicional – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa. Professor no âmbito do “Teatro em Contexto” e coordenador da Pós-Graduação “Teatro e Comunidade” na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo – Porto.
Oficina de Teatro Feminista Popular
Com Maíra Guedes
Ementa: A oficina abrange estudo, criação e potencialização de poéticas cênicas feministas, tendo como disparador criativo a reflexão artística coletiva sobre as alternativas feministas de enfrentamento ao sistema capitalista, racista e patriarcal. A partir da investigação de princípios metodológicos de enfrentamento à ordem vigente brutalizada, a oficina propõe uma imersão criativa sobre a vida das mulheres e a construção de 20 experimentos cênicos feministas.
Quando: Dias 20 (08h às 16h – Vila das Artes) e 21 (08h às 13h – Escola Porto Iracema)
Onde: Vila das Artes e Porto Iracema
Vagas: 20
15 Horas/aula
Sobre Maíra Guedes
É atriz, professora, dramaturgista e encenadora. Bacharel em Artes Cênicas com habilitação em Interpretação Teatral pela Universidade Federal da Bahia, Mestre em Artes Cênicas pela mesma Universidade. Atua principalmente nos temas: poéticas cênicas feministas; teatro e movimentos sociais; teatro-poesia; cultura e patriarcado. Atualmente é professora de teatro da Rede Municipal de Educação de São Francisco do Conde-Bahia, e tem dois principais projetos: “Somos Todas Clandestinas”, pesquisa e espetáculo teatral feminista popular, e “Coralina na rua”, pesquisa teórico-prática de Teatro-Poesia em espaços públicos.
CONVIDADOS E COLETIVOS
Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária (PACRA/INCRA-CE)
O Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária (PACRA) / INCRA-CE iniciou suas atividades em 2003, na gestão de Eduardo Barbosa no INCRA/CE. O Projeto surgiu a partir de uma demanda dos assentamentos de reforma agrária de apoio às atividades de cunho artístico-cultural desenvolvidas nessas comunidades.
Silma Magalhães
Silma Magalhães é formada em Serviço Social. Especialista em Arte, Cultura Popular e Educação do Campo pela UFCA, atualmente é servidora pública do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), onde coordenou o GT Nacional de Cultura do INCRA. Idealizou e coordena, desde 2003, o Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária (PACRA), iniciativa pioneira de valorização, reconhecimento, difusão e fortalecimento dos processos artísticos e culturais nos assentamentos do Ceará, onde se destacam os Grupos de Teatro e de Cultura Popular Tradicional.
Vicente Junior
Vicente Junior é filho de agricultores, criado na zona rural. Formado pela Escola de Teatro da Terra/ PACRA, atuou no espetáculo de conclusão “Santos e Demônios na Terra da Luz”, dirigido por Joca Andrade. Em 2008 foi um dos fundadores do Grupo de Teatro “Brilho do Sol”, sendo atualmente seu coordenador. Transitando pelo teatro, poesia e arte circense, montou com o Brilho do Sol vários espetáculos, entre eles: A Voz da natureza, Caboco Valennte , Sem Dengo Nem Dengue, A História da Gente que é Gente do Sertão e o Chefe; e no Cinema integrou o elenco do filme “Ópera dos Vivos”, com direção teatral de Sérgio de Carvalho.
Associação Vidança
A história da Associação Vidança se mistura com a trajetória de sua atual presidente, a professora, bailarina e coreógrafa Anália Timbó. Em 1981, ela cria o Grupo Vidança, hoje Associação Vidança Cia. de Dança do Ceará. Nesse universo em que afeto e profissionalismo são matéria de vida, bailarinos e bailarinas encenam suas criações por meio de espetáculos e criam ambiência para novas formas de gestar o pensamento e a existência. É fundamentalmente a conquista da liberdade e da possibilidade de subverter a realidade social difícil e opressora da periferia de Fortaleza.
Anália Timbó
Bailarina, Coreógrafa, Pedagoga, Professora de Dança e Fundadora da Associação Vidança Cia de Danças do Ceará.
É o Gera
O Projeto É o Gera – Ocupação do Teatro Carlos Câmara surge a partir do diálogo entre profissionais que atuam na cena cultural de Fortaleza, os coletivos Servilost, Natora e Ocupa Cajueiro, em parceria com a Associação Cultural Afoxé Acaba, com o intuito de ocupar os espaços da cidade com a voz e a cara da juventude, gerando formação, a difusão e o intercâmbio de novos protagonistas das artes na cidade.
Priscilla Sousa – Servilost
Começou como um grupo de grafiteiros em 2015, com o intuito de propor a arte do grafiti para afirmar a potência do bairro. Aos poucos, jovens de outras linguagens como breakdance, surfe, educação ambiental, fotografia, audiovisual e produção cultural, foram compondo o que hoje se configura como coletivo Servilost. Além de fazer intervenções que valorizam o território, o coletivo mobiliza jovens e organizações locais com diversas ações culturais e ambientais para celebrar a vida, promover a auto-estima e preservar o ecossistema e o patrimônio da comunidade.
Roni Flow – Ocupa Cajueiro
Seu nome diz respeito à ocupação criativa da sombra de um cajueiro centenário que tem valor sentimental para sua comunidade. Juntamente com a associação de moradores, é lá que o coletivo realiza normalmente seus encontros, levando em cada evento uma programação diferente para trabalhar de maneira didática e lúdica o tema escolhido por todos. O coletivo, que é formado em grande maioria por artistas e educadores sociais, realiza oficinas, minicursos, palestras e variadas manifestações culturais para fomentar novas estratégias de resistência e lazer para a juventude.
Alécio Fernandes – Natora
O Coletivo Natora, movimento que atua desde setembro de 2016 no Carlito Pamplona no grande pirambu, Bairro Composto por 29.076 habitantes, uma população majoritariamente jovem e negra, vem desenvolvendo alternativas na reconfiguração cultural, econômica e social no território, buscando sempre gerar mudança no cotidiano da periferia, através de atividades culturais como; Saraus, Cine Clubes, Oficinas, Espetáculos, shows e atividades esportivas.
Veja a programação completa abaixo.
Dia 19 de abril, às 19h
Mesa 1: Arte com quem, para quem e como? Teatro, feminismo, comunidade e política
Convidados: Hugo Cruz (Teatro Comunitário – Porto), Maíra Guedes (Teatro Popular Feminista
– Bahia), Maria Silma Magalhães (PACRA/INCRA-CE – Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária) e Vicente Sousa Araújo Júnior (Grupo de Teatro Brilho do Sol – Arte e Cultura na Reforma Agrária)
Onde: Auditório da Escola Porto Iracema das Artes
Dia 20 de abril
Às 18h
Lançamento do livro “Arte e Comunidade” (Editora Fundação Calouste Gulbenkian), organizado por Hugo Cruz
O livro, sob a coordenação de Hugo Cruz, reúne cerca de 23 autores, a maioria artistas, com diversificadas reflexões envolvendo o binômio práticas artísticas e comunidade a partir de experiências e visões plurais sobre esse campo.
Onde: Hall do Café do Porto Iracema
Às 19h
Mesa 2: “Arte e comunidade: espaços, lugar de fala e representatividade”
Convidados: “É o Gera”: Alécio Fernandes (Na Tora), Priscilla Sousa (Servilost) e Roni Flow (Ocupa Cajueiro); e Anália Timbó (Vidança)
Onde: Auditório da Escola Porto Iracema das Artes
Dia 20, de 8h30min às 16h
Oficina Práticas Artísticas e Comunidades: uma abordagem poética do real
Com Hugo Cruz
Onde: Vila das Artes
20 vagas
Dias 20 e 21
Oficina de Teatro Feminista Popular
Com Maíra Guedes
Onde: Vila das Artes (20/04 – 08h às 16h) e Porto Iracema (21/04 – 08h às 13h)
20 vagas
Serviço
O quê: I Seminário Arte, Comunidade e Luta Social
Quando: 19, 20 e 21 de abril
Onde: Porto Iracema das Artes (Rua Dragão do Mar, 160, Praia de Iracema) e Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221 – Centro)
Mais informações: https://portoiracemadasartes.org.br/
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Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Manuela Sales