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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Cópia de Foto_Alan_Sousa-53 - Yuapenu Juká

Teatro na Aldeia Anacé Japuara integra programação da Mostra de Artes da Escola Porto Iracema com projeto “Entroncar a Jurema – O Sopro da Arte da Mata”

Copia de Foto Alan Sousa 53 Yuapenu Juka

Foto: Alan Sousa

Atravessando a cultura do teatro com a ancestralidade indígena, a Mostra de Artes da Escola Porto Iracema (MOPI11) chega à Aldeia Anacé Japuara, com a apresentação do projeto  “Entroncar a Jurema – O Sopro da Arte da Mata”. Desenvolvido no Lab Teatro da Escola, a apresentação acontece neste sábado (23/03), às 16h

A aldeia indígena Anacé Japuara, na Caucaia, vira palco para a apresentação do projeto  “Entroncar a Jurema – O Sopro da Arte da Mata”, uma experiência do fazer teatral indígena única que mergulha profundamente na cosmologia e nas tradições dos povos Juká, Anacé e Potyguara. Para possibilitar mais acesso ao público, haverá deslocamento gratuito disponibilizado pela Escola em parceria com a Seduc em um ônibus com 45 lugares. 

Como parte das atrações da Mostra de Artes da Escola Porto Iracema  – equipamento da Rede de Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM) – o projeto é um dos pioneiros para o teatro no Ceará e visita a rica e vibrante cultura indígena do Estado, apresentando uma narrativa inspirada na perspectiva de um Teatro Indígena Cearense, a partir da cosmologia nativa de três corpos de diferentes povos: Juká, Anacé e Potyguara. A narrativa aborda a ação ritual, a multiplicidade da Jurema Sagrada, por meio da bebida ancestral, da cabocla e da importância da árvore. As figuras das irmãs, Jandira, Jupira e Jurema, costuram-se aos três artistas criadores para evocar as diferentes e particulares camadas espirituais para a cena.

O teatro e os povos indígenas

A conexão entre o teatro e as comunidades indígenas é um campo que merece atenção. Suas expressões artísticas, propósitos, interações e fusões, são práticas que levantam questões sobre o papel histórico do teatro como ferramenta de colonização, a dinâmica do mercado artístico e seus conflitos, a relevância da representatividade, a articulação de narrativas indígenas para reafirmar identidades por meio de espetáculos e performances, e até mesmo sobre as oportunidades de reavaliar e reconstruir conceitos tradicionais sobre a arte teatral.

O coordenador do Laboratório de Teatro da Escola Porto Iracema das Artes, Levy Mota explica que falar sobre teatro indígena brasileiro é falar sobre o teatro brasileiro que foi historicamente apagado pelo processo de colonização. “Se nos parece recente este movimento que estamos chamando de teatro indígena, é porque apenas há pouco tempo os nossos povos indígenas têm se sentido confortável em utilizar o termo “teatro” que, no passado, foi usado no processo de catequização e aculturação praticado pelos jesuítas portugueses”, observa. 

Levy ressalta, também, que o pensamento decolonial nos ajuda a virar a chave de pensamento e enxergar o óbvio: os povos indígenas sempre fizeram teatro. “Antes, portanto, da chegada dos jesuítas que marcou por muito tempo os nossos livros de história, como o início do teatro brasileiro. O diretor polonês Tadeuz Kantor, na sua obra O Teatro da Morte, conta algo como um mito fundante do teatro e diz que o teatro começa no momento em que alguém se coloca diante dos outros, igual àqueles e, no entanto, diferente, estranho, por estar ali deslocado. Este movimento é o teatro e nele os outros veem a si mesmos através da imagem desse “primeiro ator”. Com isso, Kantor nos lembra que o teatro existe antes dos teatros, antes do teatro grego, antes dos palcos e das arenas, muito antes de tudo isso. E esse teatro original é, e só pode ser, feito pelos povos originários”, conclui. 

Deslocamento gratuito à Aldeia com apoio Secretaria de Educação do Estado do Ceará

Com apoio da Secretaria de Educação do Estado do Ceará  (Seduc), a Escola irá disponibilizar um ônibus com 45 lugares para o público, com destino a Aldeia Anacé Japuara, retornando ao final da apresentação. O transporte sairá da escola às 15h. O acesso é por ordem de chegada, limitado a 45 pessoas.

Sobre os Laboratórios de Criação

São espaços de experimentação, pesquisa e desenvolvimento de projetos culturais em cinco linguagens: Artes Visuais, Cinema, Dança, Música e Teatro. Funcionam em regime de imersão, por meio de processos formativos de excelência, desenvolvidos em torno das propostas previamente selecionadas. Os artistas recebem orientação de tutores e tutoras, que conduzem à qualificação dos projetos por meio de orientações individuais, além de oficinas, palestras e masterclasses pelo período de sete meses. Os laboratórios funcionam em regime de imersão, através de processos formativos de excelência, desenvolvidos em torno de propostas previamente selecionadas. Durante esse tempo, os artistas selecionados recebem ajuda de custo para que possam se dedicar integralmente ao desenvolvimento de suas propostas. Ao longo de dez edições, de 2013 a 2022, 555 artistas passaram pelos Labs e 221 projetos foram selecionados.

Sobre a Escola

A Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, equipamento da Rede de Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há dez anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.

SERVIÇO 

O quê: “Entroncar a Jurema – O Sopro da Arte da Mata”

Onde:  Aldeia Anacé Japuara (Caucaia) 

Quando:  Sábado – 23 de março

Horário: 16h

Transporte gratuito: Transporte para 45 pessoas, por ordem de chegada (ponto de encontro, – Escola Porto Iracema das Artes – End.  Rua Dragão do Mar, 160 – Praia de Iracema) 

Saída do ônibus: às 15h

Gratuito e aberto ao público

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 18 de março de 2024