O FRAPA, Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre, é um dos mais importantes eventos voltados para roteiro de cinema e televisão na América Latina. Entre os roteiristas classificados para a final, dois são cearenses
Dois roteiros desenvolvidos no Laboratório de Cinema da Escola Porto Iracema das Artes são finalistas do Concurso de Roteiro de Longa-Metragem do FRAPA 2018, um dos eventos mais importantes voltados para roteiro de cinema e televisão na América Latina, que acontece de 17 a 20 de julho na capital gaúcha. Nesta edição, a seleção recebeu 187 roteiros nesta categoria.
Os roteiristas cearenses Wislan Esmeraldo de Oliveira, Mariana Nunes e Victor Costa Lopes desenvolveram o roteiro de “O Rio” no Lab. Cinema do Porto em 2014. Já Daniel Edmundson e Tuca Siqueira, de Pernambuco, foram selecionados para o laboratório com seu “La Ursa” em 2017. As tutorias dos roteiros ficaram por conta dos cineastas Karim Aïnouz, Sérgio Machado e Marcelo Gomes.
A curadoria foi formada por Alice Bomtempo, Carolina Silvestrin, Davi de Oliveira Pinheiro, Gustavo Colombio, Marcelo Andrade, Marina Meira, Pedro Guindani e Rita Piffer.
Pitching
Agora, os roteiristas se preparam para apresentar seus pitchings na manhã do dia 19 de julho, dentro da programação oficial do festival. Eles serão avaliados por uma banca especializada e concorrerão a prêmios em dinheiro.
Além dos dois roteiros que passaram pelo Porto, outros oito estão na disputa. São eles: “Alternativa D”, roteiro de Letícia Fudissaku (Osasco/SP), “Avenida Beira-Mar”, roteiro de Bernardo Florim e Maju de Paiva (Rio de Janeiro/RJ), “Blush”, roteiro de Rodrigo de Vasconcellos (Rio de Janeiro/RJ), “Casa sem Dono”, roteiro de Alvaro e Mario Furloni (Angra dos Reis/RJ), “Casarão”, roteiro de Cíntia Domit Bittar e Maria Augusta Villalba Nunes (Florianópolis/SC), “Confete”, roteiro de Juliana Milheiro (Birmingham, Inglaterra), “Depois de Domingo”, roteiro de Carlos Daniel Reichel (Jaraguá do Sul/SC), “Livramento”, roteiro de Lillah Halla e María Elena Morán Atencio (Porto Alegre/RS).
SINOPSES DOS ROTEIROS
“La Ursa”
Roteiro de Daniel Edmundson e Tuca Siqueira (Recife/PE)
Em uma metrópole do nordeste do Brasil, algo inusitado acontece num residencial de classe média: O zelador Pacífico encontra o corpo de um jovem desacordado no pátio que caiu após levar um choque ao pular o muro. O zelador leva o corpo até a síndica Alva que convoca a comissão de segurança do condomínio para resolver o problema. Incrédulos, eles se perguntam: o que acontecera com a cerca projetada para eletrocutar até a morte e ejetar os invasores para fora dos limites do condomínio? Encarcerados no próprio medo, os moradores se organizam em uma milícia armada. Na chegada da noite, o pânico se instaura ainda mais e eles decidem aumentar brutalmente a voltagem da cerca, causando um blackout geral. Enquanto isso, o jovem desacordado desperta e inicia uma fuga desesperada. Enfurecidas, sem acesso a seus jogos eletrônicos por terem perdido o sinal de wi-fi, as crianças do prédio se vingam dos adultos e acabam capturando o jovem que tentava fugir. Com o seu prisioneiro elas criam uma gangue inspirada no mito da La Ursa* e cometem delitos dentro do condomínio.
*Brincadeira carnavalesca do Recife, originária dos ciganos que percorriam a cidade com animais acorrentados e pedindo dinheiro.
“O Rio”
Roteiro de Wislan Esmeraldo de Oliveira, Mariana Nunes e Victor Costa Lopes (Fortaleza/CE)
Durante a década de 60, Felipe e Matheus eram garotos inseparáveis que viviam em Aurora, Ceará. Foram o primeiro amor da vida um do outro, até que Felipe e sua mãe fogem da cidade após ele ter sido espancado pelo pai de Matheus, que desaprovava a relação dos dois. Cinquenta anos depois, Felipe se vê obrigado a voltar a Aurora após a morte de sua mãe, que sempre desejou ser enterrada em sua cidade natal. O retorno de Felipe à cidade de onde fugiu é um reencontro com uma memória submersa, que ele até então havia decidido esquecer. Ele redescobre os espaços e os rostos já desfigurados pelo tempo, deparando-se com a vida que teria tido se nunca tivesse saído de lá. O reencontro com Matheus, já tão distinto do garoto que foi, é decisivo para que Felipe decida ficar na cidade por mais alguns dias, até a missa de sétimo dia de sua mãe. Nesse período, os dois se esforçam ao máximo para superar as diferenças construídas ao longo de décadas e restituir a adolescência que lhes foi tirada.
SOBRE O FRAPA
O festival é um espaço voltado para a reflexão sobre a escrita audiovisual na América Latina, convida para a capital gaúcha diversos profissionais de todo o continente, colaborando para a troca de experiências, qualificação dos profissionais e a celebração de novas parcerias na produção audiovisual brasileira.
SOBRE O LABORATÓRIO DE CINEMA DO PORTO
O Laboratório de Cinema tem como objetivo desenvolver roteiros para longa-metragem, em qualquer gênero, abordando os aspectos de escrita cinematográfica: estrutura dramática, trama e subtrama, criação de personagens e formatação de roteiro. Além de ampliar as habilidades narrativas, o Laboratório visa contribuir para a atuação profissional no mercado cinematográfico. A coordenação do Lab. é de Lis Paim, sob a produção de Marcos Ferreira, e os tutores atuais são Nina Kopko, Karim Aïnouz e Sérgio Machado.
SERVIÇO
O quê: “Roteiros desenvolvidos no Laboratório de Cinema do Porto são finalistas em concurso nacional”
Quando: 17 a 20 de julho
Onde: Cinemateca Capitólio, Porto Alegre (Rua Demetrio Ribeiro, 1085 – Esquina com Borges de Medeiros – Centro Histórico – Porto Alegre)
Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Lua Latorre
(Publicado em 28/06/2018)