O Porto Iracema das Artes inicia, nesta segunda-feira, dia 17, a segunda edição das Rotas de Criação, apresentações abertas dos projetos em desenvolvimento no âmbito da escola. Nesta edição, a programação incluirá os projetos do Laboratório de Música, cujas apresentações ocorrem no Pátio Interno do Porto Iracema, sempre a partir das 17 horas. A programação incluirá os artistas Marco Fukuda, Banana Scrait, Jonnata Doll e os Garotos Solventes e Lorena Nunes. As apresentações acontecem nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro.
As Rotas de Criação funcionam como instrumentos de avaliação dos processos formativos da Escola, envolvendo realizadores, professores e o público interessado. A diretora do Porto Iracema das Artes, professora Elisabete Jaguaribe, observa que a avaliação é um dos grandes desafios do ensino das artes. “O campo das artes trabalha com processos criativos, com a dinâmica da flexibilidade. A ideia é criarmos nossas próprias metodologias de avaliação, geradas no âmbito das experiências e que respeitem as lógicas internas de cada proposta estética”- afirma a diretora, lembrando “que as apresentações abertas do Laboratório de Teatro e dos Cursos Básicos, ocorridas em 2013, proporcionaram interessantes momentos de reflexão”.
PROGRAMAÇÃO DAS ROTAS DE CRIAÇÃO
No primeiro dia, 17, se apresentarão os integrantes dos projetos Jornada de violão e viola e Jangada Electra, que envolvem, respectivamente, os artistas Marco Fukuda e o Grupo Banana Scrait. Depois das apresentações, haverá um bate-papo com os tutores dos grupos, Adriano Cintra e Guilherme Cruz.
Na terça, 18, é a vez dos projetos Circo dos Littles ( com o músico Carlos Hardy) e Da funhouse para o mundo ( com Jonnata Doll e os Garotos Solventes ). No último dia do Rotas de Criação, quarta, 19, será a vez de Lorena Nunes com o projeto Lá faz sol.
Jornada de Violão e Viola – Resumo do projeto: é uma pesquisa de sonoridades entre o violão de seis cordas e a viola caipira de dez cordas. O violão e a viola são instrumentos que transitam confortavelmente entre o erudito e o popular, o sertão e a cidade, a rua e a sala de concerto. O violão com seis cordas simples, que há muito tem embalado as serenatas; e a viola, com dez cordas de aço emparelhadas, é presença fundamental em procissões religiosas, cantorias, desafios de repentistas e emboladores. Viola e violão se encontram e conversam em um rico cenário musical. Historicamente, o violão é identificado com o aspecto urbano, enquanto a viola, restrita ao universo interiorano, portanto, caipira. Esse espetáculo busca dissolver essas fronteiras postas e ressaltar a complementaridade sonora entre o violão e a viola caipira.
Jangada Electra – Resumo do projeto: é a junção dos títulos de duas composições de Alberto Nepomuceno, compositor que será o fio condutor da banda Banana Scrait. O desafio será interpretar livremente as suítes e canções do maestro num espetáculo que busca uma releitura de sua música. A linguagem musical será contemporânea, acrescentando instrumentos que normalmente não são utilizados para executar tais composições eruditas, como a guitarra, os sintetizadores, o saxofone e a bateria. A ideia é que o espetáculo possa gerar curiosidade pelo ineditismo da sua forma, chamando atenção para a obra de um dos mais importantes e influentes nomes da música cearense com repercussão internacional nos séculos XIX e XX.
O circo dos Littles e outros brinquedos – Resumo do projeto: insere-se em um universo musical que vai além do ambiente tonal, de formas pré-estabelecidas, para desenvolver um artesanato do som antropofágico por natureza. Do simétrico ao anárquico, a banda Hardy e o fim do mundo percorre o campo da experimentação e da improvisação. Sons e palavras criam o jogo de pesos e medidas que transporta o ouvinte a um ambiente lúdico, provocador, poético, inusitado, elementos estes que dão movimento e vida a um grande brinquedo sonoro.
Da Funhouse para o mundo – Resumo do projeto: é um registro fonográfico de músicas inéditas compostas pelo artista e cientista social fortalezense Jonnata Doll, reconhecido performer e cantor de rock que atua há quase 15 anos no circuito underground de Fortaleza.
Lá faz Sol – Resumo do projeto: busca oferecer ao mercado musical brasileiro um repertório atualizado da música popular no Ceará, através das composições de novos autores, com a interpretação vocal da cantora Lorena Nunes. Será apresentado uma diversidade de novos autores, cada um deles com características estéticas distintas, que coexistem no atual cenário da música independente cearense. Lá faz sol brinca com essa imprecisão, esse pouco conhecer sobre o novo cenário da música do Ceará e com o convite para que outras plateias descubram os novos sons que se faz no estado.