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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Porto Iracema das Artes recebe aula aberta de funk e outros ritmos

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Oficina é uma promoção do projeto Afrontamento, um dos selecionados do Lab. Dança 2017, em parceria com outros artistas da cidade

 

Nesta sexta-feira (18), o funk, o reggae do passinho, a swingueira e o vogue vão movimentar o Porto Iracema das Artes. É que vai ocorrer uma aula aberta desses diferentes ritmos. A iniciativa é do projeto Afrontamento, do Laboratório de Dança 2017, em parceria com artistas das periferias da cidade. O evento faz parte da programação de aniversário de quatro anos da escola. A ação acontece das 16h às 20h, no pátio do Porto, com acesso gratuito.

“A aula surge com o propósito de afirmar que existem outros modos de fazer e pensar a dança, em outros espaços da cidade além do circuito dado das artes em Fortaleza. Chamamos parceiros das periferias para propor outros estilos além da dança contemporânea e do balé clássico, por exemplo”, explica Wellington Gadelha, um dos integrantes do Afrontamento. Segundo ele, a ideia é “ocupar e tencionar os espaços instituídos e afirmar que existem danças de qualidade sendo produzidas nas periferias, e que elas dizem no fortalecimento no campo de dança local”.

Criminalização do funk

Um projeto de lei sugerido por um empresário paulista ao Senado pretende criminalizar o funk como “crime contra a criança, o menor adolescente e a família”. A proposta teve 21.985 assinaturas, superando as 20.000 necessárias para o envio da proposta à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. A próxima etapa é entrar na pauta dos senadores, podendo vir a ser efetivada como lei. Para Wellington Gadelha, essa é uma tentativa de criminalizar a juventude negra.

“A gente entende que mais do que criminalizar o funk, esse projeto de lei é também uma forma de reforçar a criminalização das expressões negras artísticas das periferias. Porque se a gente pensar no espaço de funk e de outros estilos que são fundamentais na expressividade artística das ‘quebradas’, o espaço é de socialização, protesto e manifestação da população negra. A proposta quer reforçar o aniquilamento das juventudes, das periferias e da população negra”, defende Wellington.

Sobre o Afrontamento

O projeto Afrontamento é uma proposição do Laboratório de Dança em que é desenvolvida uma pesquisa sobre o conceito de corpo roleta-russa. Essa roleta-russa é entendida a partir das experiências que os negros vivenciam no cotidiano. O projeto é composto pelos artistas Wellington Gadelha (dança), Darwin Marinho (audiovisual) e Aline Furtado (fotografia).

Como, a partir do potencial expressivo do corpo negro, a gente pode pensar esse afrontamento? Essa foi a pergunta que deu início ao projeto que faz o encontro de diversas linguagens artísticas. Pensar a dança em outros espaços para além dos institucionalizados, pensar a dança na fotografia e no cinema são desafios do Afrontamento.

Serviço
O que: Aula aberta de funk, reggae do passinho, swingueira e vogue promovido pelo projeto Afrontamento e parceiros
Quando: sexta-feira, 18, das 16h às 20h
Onde: Pátio da escola Porto Iracema das Artes
Acesso gratuito