(Imagem: Adeloyá OjúBará)
Responsável por iniciar as atividades da 13ª edição dos Laboratórios de Criação, o evento acontece no dia 5 de agosto, a partir das 15h, com transmissão ao vivo e aberta ao público via YouTube
Para dar início à 13ª edição dos Laboratórios de Criação, a Porto Iracema das Artes – equipamento da Secretaria de Cultura do Estado (Secult CE), gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM) – contará com a partilha de sabedoria da dramaturga, roteirista e pesquisadora da cultura africana Onisajé na aula inaugural do LabX 2025, momento de iniciação do projeto, nesta terça-feira (5). Com transmissão ao vivo no YouTube, o evento começa a partir das 15h.
Intitulada “Ení emí – Centro de mim: uma reflexão sobre o processo criativo do espetáculo Fractais”, a fala da artista propõe um momento de profunda troca, partindo da experiência de criação vivida entre o Ilê Axé Oyá L’adê Inan e a Casa Ninho, num encontro que uniu artistas nordestinos e seus territórios culturais num processo de criação de um espetáculo. Essa criação, marcada pelas subjetividades e identidades de cada participante, dialoga sobre vida, morte e pertencimentos.
Onisajé é diretora teatral, dramaturga, roteirista, preparadora de atuantes, educadora e pesquisadora das artes cênicas com foco na cultura africana no Brasil, especialmente o Candomblé. Doutora e mestra em Artes Cênicas pela UFBA, desenvolveu pesquisas que articulam teatro negro e religiosidade afro-brasileira. É fundadora e ex-diretora do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas (NATA), além de Yakekerê no Ilê Axé Oyá L’adê Inan, curadora de festivais nacionais e internacionais, e atuante em comissões de seleção de projetos artísticos. Também foi professora substituta na Escola de Teatro da UFBA e integra o grupo de pesquisa Pé na Cena/CNPq.
Coordenadora dos Laboratórios de Criação, Claudia Pires destaca a importância da participação da artista neste encontro inaugural: “Onisajé é uma figura de destaque no teatro brasileiro contemporâneo, especialmente pelas suas contribuições para o teatro negro, bem como para a construção de epistemologias afrodiaspóricas na cena artística nacional e, na escola Porto Iracema, Onisajé deu grandes contribuições atuando como tutora e segue como uma grande referência do pensamento e da criação em artes”.
As atividades do LabX, que acontecem do dia 5 a 8 de agosto, servem de primeiro contato entre os artistas selecionados para a nova edição dos Laboratórios. Neste ano, a iniciativa recebeu 251 inscrições e selecionou 31 projetos em cinco linguagens artísticas, sendo elas: Dança, Cinema, Teatro, Música e Artes Visuais.
POÉTICAS DE TERRITÓRIOS
A programação do LabX 2025 se insere no eixo curatorial “Poéticas de Territórios”, que norteia as ações da Porto Iracema das Artes neste ano. A presença de Onisajé na aula inaugural, compartilhando seu percurso entre o Ilê Axé Oyá L’adê Inan, a Casa Ninho e os palcos do teatro negro brasileiro, inaugura esse ciclo de forma potente, convocando os artistas da nova edição dos Laboratórios a olharem para suas origens, referências e afetos como matéria viva de criação.
Em sintonia com a proposta de pensar os territórios como encontros de imaginários e formas diversas de existir, a abertura do LabX é também um convite à escuta e à construção de caminhos criativos que valorizem a multiplicidade das vozes que compõem a cena artística cearense.
Tal como em edições passadas, os Laboratórios de Criação da Escola reservam 50% das vagas para pessoas autodeclaradas pretas, pardas, indígenas, quilombolas, transgêneros e com deficiência. Além disso, metade das vagas é preenchida por artistas e grupos do interior do estado.
Desde 2013, os Laboratórios de Criação da Porto Iracema já impactaram 774 artistas, contribuindo no desenvolvimento de 316 projetos culturais por meio da realização de 47.198 horas de estudo e atividades, além de 320 oficinas. Para garantir que os participantes pudessem se dedicar melhor aos projetos, a Escola investiu, desde a criação do projeto, R$ 4.451.400 em bolsas.
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO LABX 2025
05/08 (TERÇA-FEIRA)
15h – Abertura
Abertura da programação, com participação de Elisabete Jaguaribe, diretora de formação do IDM e diretora da Escola Porto Iracema das Artes; e Cláudia Pires, coordenadora dos Laboratórios de Criação.
15h20 – Apresentação dos coordenadores
Apresentações dos coordenadores de cada Laboratório: Louise Félix, do Laboratório de Artes Visuais; Manoela Ziggiatti, do Lab Cena 15; Bilica Léo, do Laboratório de Dança; Rebeca Câmara, do Laboratório de Música; e Levy Mota, do Laboratório de Teatro.
15h35 – Fala “Ení emí – Centro de mim: Uma reflexão sobre o processo criativo do espetáculo Fractais”, com Onisajé
Fala de abertura do LabX 2025, em que a dramaturga e pesquisadora Onisajé propõe um momento de profunda troca, partindo da experiência de criação vivida entre o Ilê Axé Oyá L’adê Inan e a Casa Ninho, num encontro que uniu artistas nordestinos e seus territórios culturais num processo de criação de um espetáculo. Essa criação, marcada pelas subjetividades e identidades de cada participante, dialoga sobre vida, morte e pertencimentos.
16h40 – Apresentação de projetos selecionados para a nova edição
Apresentação de projetos selecionados para a 13ª edição, com falas dos coordenadores e participantes.
17h30 – Debate de encerramento
Conversa entre artistas convidados e participantes, com perguntas sobre os projetos.
06/08 (QUARTA-FEIRA)
15h – Abertura
Fala de abertura do dia, com participação de Louise Félix, coordenadora do Laboratório de Artes Visuais.
15h10 – Apresentação de projetos selecionados para a nova edição
Apresentação de projetos selecionados para a 13ª edição, com falas dos coordenadores e participantes.
16h10 – Debate
Conversa entre artistas convidados e participantes, com perguntas sobre os projetos.
17h – Encerramento
07/08 (QUINTA-FEIRA)
15h – Abertura
Fala de abertura do dia, com participação de Levy Mota, coordenador do Laboratório de Teatro.
15h05 – Apresentação de projetos selecionados para a nova edição
Apresentação de projetos selecionados para a 13ª edição, com falas dos coordenadores e participantes.
15h45 – Debate
Conversa entre artistas convidados e participantes, com perguntas sobre os projetos.
17h – Encerramento
08/08 (SEXTA-FEIRA)
15h – Abertura
Fala de abertura do dia, com participação de Manoela Ziggiatti, coordenadora do Lab Cena 15, e de Rebeca Câmara, coordenadora do Laboratório de Música.
15h10 – Apresentação de projetos selecionados para a nova edição
Apresentação de projetos selecionados para a 13ª edição, com falas dos coordenadores e participantes.
15h45 – Debate
Conversa entre artistas convidados e participantes, com perguntas sobre os projetos.
17h – Encerramento
MATRÍCULAS DOS SELECIONADOS
É importante reforçar que os candidatos aprovados devem realizar a matrícula dos projetos durante o período de realização do LabX 2025, entre 5 e 8 de agosto. Nesta edição, pela primeira vez, todos os artistas poderão efetuar o registro de forma virtual, via formulário enviado por e-mail pela secretaria da Escola, a partir do dia 5.
SOBRE ONISAJÉ
Onisajé é diretora teatral, graduada no Bacharelado em Direção Teatral da Escola de Teatro da UFBA, com doutorado em Artes cênicas pelo Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas – PPGAC – UFBA com a tese: Teatro Preto de Candomblé: uma construção ético-poética de encenação e atuação negras, defendida em 2021 sob a orientação do prof. dr. Luiz Marfuz, é mestra em Artes Cênicas pelo mesmo programa, com a dissertação Ancestralidade em cena: Candomblé e Teatro na formação de uma encenadora, defendida em 2016, sob a orientação da prof.ª dr.ª Sonia Rangel. Dramaturga, roteirista, preparadora-formadora de atuantes (atores), educadora e pesquisadora da cultura africana no Brasil com ênfase nas religiões de matriz africana, o Candomblé. Curadora, realizou curadoria de festivais nacionais e internacionais, além de compor comissões de seleção de editais de projetos artísticos na área de criação e pesquisa em artes cênicas. É Yakekerê (mãe pequena, segunda sacerdotisa do terreiro) no Ilê Axé Oyá L´adê Inan na cidade de Alagoinhas. Foi professora substituta da Escola de Teatro da UFBA nos semestres 2017.2 e 2018.1 nos cursos de Direção, Interpretação e Licenciatura. Integra o Grupo de Pesquisa PÉ NA CENA-CNPq e publicou vários artigos sobre Teatro Negro em revistas especializadas. Fundadora do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas – NATA, fundado em 17 de outubro de 1998 na cidade de Alagoinhas/BA, dirigiu o grupo durante vinte anos (1999 a 2019).
SOBRE OS LABORATÓRIOS DE CRIAÇÃO
São espaços de experimentação, pesquisa e desenvolvimento de projetos culturais em cinco linguagens – Artes Visuais, Cinema, Dança, Música e Teatro. Os Laboratórios funcionam em regime de imersão, por meio de processos formativos de excelência, desenvolvidos em torno das propostas previamente selecionadas, que devem partir de artistas com trajetórias prévias. Os artistas recebem orientação de tutores, que conduzem a qualificação dos projetos com orientações individuais, oficinas, palestras e aulas abertas pelo período de sete meses. Durante os Laboratórios, os artistas selecionados recebem uma ajuda de custo mensal como incentivo ao desenvolvimento de seus projetos.
SOBRE A ESCOLA
A Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, instituição da Secretaria da Cultura (Secult) gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há quase dez anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
SERVIÇO
Aula inaugural Laboratórios de Criação – edição 13
“Ení emí – Centro de mim: uma reflexão sobre o processo criativo do espetáculo Fractais”, com Onisajé — diretora teatral, dramaturga, roteirista e pesquisadora das artes cênicas
Data: Terça-feira, 5 de agosto
Horário: 15h
Transmissão ao vivo: www.youtube.com/@portoiracemadasartes
Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Isabella Rifane (jornalista) | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 01 de agosto de 2025