Profissionais de larga experiência são responsáveis pela avaliação técnica do processo seletivo dos candidatos aos Laboratórios da Escola
Em processo de seleção para os Laboratórios de Criação, a Escola Porto Iracema das Artes – instituição da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM) – divulga a comissão de seleção da etapa de Avaliação Técnica dos projetos candidatos. Esta é a segunda etapa do processo seletivo e ocorre até o dia 16 de julho.
Composta por nomes indicados pela Escola, participam da comissão especialistas de cada linguagem artística que avaliam os projetos aprovados na primeira etapa, a partir de critérios como consistência da proposta, articulação das ideias, viabilidade de realização do projeto e trajetória artística. O resultado preliminar desta etapa de Análise Técnica será divulgado dia 18 de julho.
A 3ª etapa do processo seletivo, a Avaliação Final, inicia com o agendamento das entrevistas e audições entre comissão avaliadora e proponentes aprovados na segunda fase.
Via Lei Federal de Incentivo à Cultura, os Laboratórios de Criação da Porto Iracema das Artes contam com o Patrocínio Master da Solar Coca-Cola.
Abaixo, confira o cronograma completo das etapas do processo seletivo:
> 2ª Etapa
Avaliação Técnica: 10/06 a 16/07
Resultado Preliminar da 2ª Etapa: 18/07
Recursos à 2ª Etapa: 19/07 a 20/07
Resultado Final Pós Recursos: 21/07
> 3ª etapa
Agendamento das entrevistas da 3ª Etapa: 22/07 a 25/07
Avaliação final com os selecionados para a 3ª Etapa: 26/07 a 01/08
Resultado preliminar da 3ª Etapa: 02/08
Recursos à 3ª Etapa: 03/08 a 04/08
Resultado Final Pós Recursos: 07/08
Matrícula dos aprovados e LabX – Início das atividades: 15/08 a 18/08
Confira abaixo quem são os integrantes da comissão de seleção dos Laboratórios:
-
Laboratório de Artes Visuais
HANA KASSIA
É graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo. Desde 2007, atua no desenvolvimento de novas práticas educativas em museus e espaços culturais. De 2021 a 2023, foi curadora de pesquisa e ação transdisciplinar na parceria entre a Coleção Ivani e Jorge Yunes e a Pinacoteca de São Paulo. Atuou no núcleo de Mediação e Programas Públicos do MASP entre 2017 e 2021. Integrou o programa Fábricas de Cultura – Poiesis de 2013 a 2017. Foi júri na 11ª mostra 3M de Arte; na Chamada 2022-23 VoA para Artistas Mulheres e Pessoas Não Binárias e no 8º Prêmio Artes Inst. Tomie Ohtake.
JOÃO SIMÕES
Artista, curador independente e pesquisador. Com Cláudio Bueno, coordena e desenvolve a Explode! – plataforma de fomento a práticas artísticas com ênfase nas intersecções de classe, raça, gênero, território e sexualidade. Participa de processos curatoriais, palestras e performances em instituições como CUNY, PUC-SP, Sesc-SP, MASP, Itaú Cultural e Pinacoteca de SP. Faz parte do grupo de mentores do programa de performance LAW. Seus últimos trabalhos, as performances Quartz I e II, foram apresentados em países como Suíça e Índia; Artesanias do tempo, na galeria Marli Matsumoto e Sesc Ipiranga, em São Paulo. Se dedica aos estudos queer e negros no Brasil, Nigéria, África do Sul, Angola e América Latina, no contexto da literatura e das artes visuais.
MIRNA ANAQUIRI
Pertence aos povos originários do Brasil, é Kambeba Omágua, artista, professora, performer e ativista do movimento indígena. Doutorado e mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Universidade Federal de Goiás (UFG). Graduação em Artes Visuais-Licenciatura (UFG/2013) e em Pedagogia pelo Instituto de Tecnologia e Educação de Goiás (2016). É pesquisadora associada do Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC). Foi professora substituta do Instituto Federal de Goiás – IFG em 2021. Integrante da Coletiva de Mulheres Indígenas e Negras Quilombolas, possui experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Visuais e atua principalmente temas performance, percurso acadêmico, autobiografia, mulher indígena, estereótipos e educação da cultura visual. Atualmente, é professora de artes da Rede Municipal de Goiânia – Educação para Jovens e Adultos.
-
Laboratório de Cinema
ARMANDO PRAÇA
Armando Praça é diretor e roteirista cearense. Dirigiu os longas “Greta” (2019) e “Fortaleza Hotel” (2022). Seus curtas e média-metragens foram selecionados para mais de 30 festivais internacionais como Clermont-Ferrand, Roterdã, Festival de Toulouse e Mecal de Barcelona, entre eles: “O amor do palhaço” (2005), “A mulher biônica” (2008), “Origem: destino” (2013) e “Parque de Diversões” (2002). Atualmente, desenvolve os projetos “Ne me quitte pas” e “Cachoeira do descuido”. Desde 2019 é tutor do Laboratório Cena 15 da Escola Porto Iracema das Artes, em Fortaleza.
ERIKA CANDIDO
Erika Candido é diretora executiva da Kilomba Produções, produtora especializada em desenvolver e produzir narrativas com equipes majoritariamente negres. Assina a direção do longa “Elza Infinita” (GNT), premiado no Festival Internacional de Cinema de Nova York em 2022. Produziu “A vida invisível”, de Karim Ainouz, “O Estopim”, de Rodrigo Mac Niven, “KBELA” de Yasmin Thayná, entre outros. Foi produtora do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul durante cinco edições. Em 2023 foi selecionada para o programa NICHO Executiva, organizado pela NICHO 54, projeto focado na formação de produtoras executivas negras que atuam no mercado audiovisual brasileiro e internacional.
JULIANA ROJAS
Diretora e roteirista de curtas, longas e séries de ficção. Assina roteiro e direção dos premiados curtas “O Duplo”, “Pra Eu Dormir Tranquilo”, e “A Passagem do Cometa” e dos longas “Sinfonia da Necrópole” e “Cidade; Campo” (em finalização). Com Marco Dutra, realizou curtas e os longas “Trabalhar Cansa” e “As Boas Maneiras”. Participou como roteirista das séries “Supermax” (Globo), “3%” e “Boca a Boca” (Netflix). Dirigiu episódios de “Boca a Boca” (Netflix), “Terrores Urbanos” (Record) e “Tarã” (Disney Plus – em finalização). Também é montadora e consultora de roteiros.
-
Laboratório de Dança
JORGE GARCIA
Em 1991, iniciou seus estudos em Recife na Compassos Cia de Dança e no Grupo Experimental do Recife. Foi bailarino na Cisne Negro Cia de Dança e Balé da Cidade de São Paulo, onde coreografou trabalhos nacionais e internacionais, como ‘Divinéia’. Desde 2005 é diretor, coreógrafo e bailarino da Jorge Garcia Companhia de Dança e divide a Direção do GRUA – Gentlemen de Rua, também onde, desde 2003, desenvolve pesquisas sobre improvisação em espaços urbanos, vídeo e performances. Em 2007, coreografou Orfee’s Head para a Amsterdam Theater School.
LUCIANE RAMOS SILVA
É artista da dança, educadora e curadora independente. Doutora em Artes da Cena e mestre em Antropologia pela Unicamp. Desenvolve projetos sobre corpo, cultura e colonialidade, aprofundando as relações Sul-Sul entre o Brasil e contextos da África do Oeste. É co-diretora da revista “O Menelick 2 Ato”. É gestora de projetos do Acervo África e professora na Sala Crisantempo. Compõe a Anikaya Dance Theater, companhia de dança sediada em Boston.
VERUSYA CORREIA
Doutoranda, bolsista da FAPESB e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Dança na UFBA. Investiga a relação entre dança, cidade e ativismo político. Foi professora substituta na UFSB/CJA entre setembro de 2018 e agosto de 2020. Em 2021 lançou o livro ‘Pilates & Dança: livro-aula para práticas de Coreotonia’, pelo Edital Prêmio das Artes Jorge Portugal. No Festival de Dança Itacaré, atua como diretora artística e curadora, além de ter sido responsável pela produção dos filmes ‘Fronteiras’ (sete danças filmadas) e o documentário ‘Tenho ouvido pra dançar’.
-
Laboratório de Música
ELLEN OLÉRIA
Cantora e compositora nascida e criada em Brasília, onde se formou em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB). Com mais de 16 anos na música, a artista acumula prêmios em festivais, 5 discos lançados e turnês realizadas no Brasil e mundo afora. Apresentadora do programa Estação Plural, da TV Brasil, a versatilidade de Ellen também se estende ao ativismo político. Foi indicada como melhor cantora no Prêmio da Música Brasileira em 2017.
KARINA BUHR
Com carreira musical iniciada em 1992, a artista fez parte dos maracatus Piaba de Ouro e Estrela Brilhante, do Recife, e integrou as bandas ‘Eddie’ e ‘Comadre Fulozinha’. Em trabalhos solo, lançou discos autorais como ‘Eu Menti pra Você’ (2010) e ‘Desmanche’ (2019). De 2002 a 2007, atuou no Teatro Oficina, participando de peças como ‘As Bacantes’ e ‘Os Sertões’. Como atriz, o primeiro longa-metragem que participou, ‘Meu Nome é Bagdá’, foi vencedor de prêmio no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Lançou os livros ‘Desperdiçando Rima’ (Rocco, 2015) e ‘Mainá’ (Todavia, 2022), seu primeiro romance.
NAVALHA CARRERA
Mulher Trans, atua no mercado musical desde o início dos anos 2000, mas iniciou seu trabalho solo como banda de uma mulher só em 2018. Nesse formato, se apresentou em diversas cidades do Brasil e lançou um EP, o ‘Ondas Consideráveis’. Em 2022, estreou a performance de improvisos Amorfismos. Atua como guitarrista e produtora musical com artistas como Letrux e Zéu Britto.
-
Laboratório de Teatro
DANIELE SAMPAIO
É produtora, gestora cultural, curadora e pesquisadora de políticas culturais. Doutoranda em Artes Cênicas pela USP e fundadora da SIM! Cultura. Desde 2006, produz o ator Eduardo Okamoto. Aprovou diversos projetos culturais e participou de importantes festivais nacionais e internacionais: Suíça, Alemanha, Espanha, Kosovo, Marrocos, Escócia e Polônia. Integra a equipe de curadoria do Festival de Curitiba no biênio 2023/2024. É autora dos livros “Agentes Invisíveis e Modos de Produção nos Primeiros Anos do Workcenter of Jerzy Grotowski” e “Elaboração de Projetos para o Desenvolvimento de Agentes e Agendas”, (Ed. Javali). Em 2023, lança a SIM! Edições, voltado para publicações em torno da produção cultural no Brasil contemporâneo.
FELIPE DE ASSIS
É artista da cena, curador e pesquisador, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Desde 2008 atua na coordenação do FIAC Bahia. Colaborou também com curadorias independentes: Programa Oi de Patrocínios Culturais (2017, 2018 e 2021), Rumos Itaú (2017-2018), MITbr (2018 e 2019), MEXE (Portugal, 2019), FNT Guaramiranga (2017 e 2018), entre outras. Com o Colectivo Utópico, plataforma de artistas da Argentina, Suíça e Brasil, realizou Performance Telling e El Viaje (2019 – 2023). Entre outros trabalhos como diretor, destacam-se Looping Bahia Overdub (2015 -2023), Feitocal (2012) e O Olhar Inventa o Mundo (2008).
JUÃO NYN
É multiartista, Potyguar(a), 33 anos, ativista comunicador do movimento Indígena do RN pela APIRN, integrante do Coletivo Estopô Balaio de Criação, Memória e Narrativa e vocalista/compositor da banda Androyde Sem Par, há 9 anos em trânsito entre RN e SP. Autor do livro TYBYRA – Uma Tragédia Indígena Brasileira, é formado em Licenciatura em Teatro pela UFRN e atua como mestre na Escola Livre de Teatro de Santo André coordenando o Terreiro “O Ymagynáryo como Terrytóryo”.
SOBRE A PORTO IRACEMA DAS ARTES
A Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, instituição da Secretaria da Cultura (Secult) gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há quase dez anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Equipe de Assessoria de Comunicação da Escola Porto Iracema das Artes | Texto: Liv de Moraes (estagiária) | Supervisão e Edição: Lianne Ceará (jornalista) | Publicado em 22 de junho de 2023
