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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Oficina de interpretação com Marcélia Cartaxo abre ano letivo 2020 no Porto Iracema das Artes

marcelia cartaxo foto henrique mello sp escola de teatro
Foto: Henrique-Mello SP / Escola de Teatro

A artista foi aclamada no último Festival de Gramado pela atuação em “Pacarrete”, filme do diretor cearense Allan Deberton. A oficina abre a temporada formativa 2020 na Escola, que este ano terá como tema norteador as “Poéticas de Coexistência”

Premiada por personagens memoráveis como Macabéa, da adaptação de 1985 do livro “A Hora da Estrela”, e Pacarrete, do filme de mesmo nome que venceu o último Festival de Gramado, a atriz Marcélia Cartaxo é uma das mais importantes do País. E ela estará no Porto Iracema das Artes, escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, ligada à Secretaria da Cultura do Estado do Ceará e gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), no próximo dia 10 de março para a abertura oficial do ano letivo 2020, que terá “Poéticas de Coexistência” como tema norteador das ações formativas e dos eventos ao longo de todo o ano.

A oficina “Interpretação para cinema e TV”, ministrada por Marcélia de 10 a 12 de março, abre a temporada formativa do programa básico, que contará ainda com diversas oficinas e cursos nas áreas de Audiovisual, Fotopoéticas, Artes Visuais e Artes Cênicas. As inscrições desses outros percursos serão iniciadas no dia 16 de março. Todas as formações da Escola são inteiramente gratuitas.

A escolha da atriz Marcélia Cartaxo para a abertura do ano letivo está diretamente relacionado com o tema do ano. “Marcélia é uma artista extraordinária, simboliza a experiência de uma mulher nordestina brasileira, que ocupou um lugar na cena nacional, enfrentando com coragem os poderes estabelecidos do sistema de artes no país. É lindo vê-la como Macabéa e Pacarrete. Esses personagens formam uma síntese do brasileiro nordestino, que rompe com talento e coragem o julgo das lógicas autoritárias”, explica Bete Jaguaribe, diretora da Escola.

Ela também observa a importância do tema gerador dos debates neste ano letivo. “Vivemos um momento extremo da vida nacional, em que a violência de todas as ordens interpelam o país. Além das violências armadas, em que, por exemplo, agentes policiais sequestram o direito de vida das pessoas e da própria experiência de ir e vir na cidade, o país vive sob violências simbólicas de todas as ordens. Censuras, ataques aos artistas e ao ato criativo, retrocessos socais inaceitáveis. A ideia é que nos dediquemos a pensar e refletir essas questões a partir da arte do campo das artes”, afirma a diretora. “A superação desses desafios se dará numa perspectiva coletiva, política, em que as diferenças possam coexistir na formulação de uma caminhada política, no sentido mais pleno do termo: uma caminhada que respeite o exercício das humanidades, no ato da coexistência”, complementa.

Para o secretário da Cultura, Fabiano Piúba, o tema é “instigante, reflexivo e inventivo”. “É um tema que traz a dimensão da relação humana, da coexistência entre as diferenças. Se por uma margem, não há resistência sem luta, não há existência sem amor. Com outra margem, não há existência sem luta e não há resistência sem amor. Com essa temática, a Escola traz uma possibilidade, um ambiente importante da gente estar pensando essa coexistência na resistência, a resistência na coexistência, levando em conta o amor e a diversidade”, afirma.

“O programa de Formação Básica do Porto Iracema é importantíssimo para gerar esse ambiente de superação dos impasses da crise nacional. É um programa que favorece a formação do capital simbólico de jovens tradicionalmente excluídos das experiências de criação e formação artística. Em 2020, a ideia é expandir ao máximo a oferta de cursos”, destaca Paulo Linhares, presidente do Instituto Dragão do Mar.

A iniciativa da Escola definir um tema norteador para as ações do ano letivo vem desde 2016 e surgiu a partir da observação de questões que emergiram no ano anterior. A ideia é aprofundar essas reflexões no período letivo seguinte. Em 2016, as “Narrativas” tiveram destaque; em 2017, foi a vez das “Utopias”; em 2018, o Porto Iracema se debruçou sobre as “Poéticas do Feminino” e, em 2019, o foco foi sobre as “Poéticas da Existência”.

A oficina

A formação “Interpretação para cinema e TV” conta com 25 vagas, preenchidas por ordem de chegada no primeiro dia da atividade, e terá um total de 12 horas/aula. De 10 a 12 de março, das 14h às 18h, a oficina será realizada na sala de teatro Sidney Souto, no Porto Iracema das Artes, e é voltada para atrizes e atores que desejem se aperfeiçoar ou se familiarizar com as especificidades da atuação no cinema e na televisão.

A partir de sua experiência como atriz, diretora e preparadora de elenco, Marcélia Cartaxo aborda aspectos da interpretação dramática no cinema e na televisão, como concentração, memória da emoção, ação dramática e caracterização, discutindo as condicionantes específicas desses veículos na preparação do ator.

Sobre a artista

marcelia cartaxo como macabea
Marcélia Cartaxo como Macabéa, no filme “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral

Marcélia Cartaxo atua nas áreas de Teatro, Cinema e TV. Estreou no cinema no filme “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral, pelo qual ganhou o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Cinema de Berlim, em 1986. Em 2019, foi premiada com o Kikito de melhor atriz no 47º Festival de Cinema de Gramado pela atuação em “Pacarrete”, do diretor Allan Deberton. Em 2016, ganhou o prêmio de interpretação no Festival de Brasília pelo filme Big Jato, dirigido por Cláudio Assis.

Sua carreira cinematográfica inclui atuações em obras como “Fronteira da Almas”, de Hermano Pena (1988); “Madame Satã” (2002), de Karim Ainouz; “Batismo de Sangue” (2006), de Helvécio Ratton. Atuou em telenovelas da rede Globo como “Mico Preto” (1990), “Porto dos Milagres” (2002), “Desejo Proibido” (2007), entre outras. Dirigiu e atuou no curta metragem “Tempo de Ira” (2013), recebendo os prêmios de melhor filme, atriz e direção no Festival Cinema e Vídeo e Dcine de Curitiba. Desenvolve pesquisa sobre o trabalho do ator com os métodos Memoria da Emoção, Memória Corporal, Ação Dramática, Observação, Caracterização e Ritmo.

Sobre o tema do ano 2020
Como coexistir em tempos de intolerâncias e autoritarismos? Como viver com e ser afetado pelo outro num tempo em as diferenças de ideias, de visões de mundo, de convicções políticas, de classe social, facilmente se transfiguram em extrema violência simbólica e física? Neste ano de 2020, a escola Porto Iracema das Artes propõe o tema Poéticas de Coexistência justamente para fomentar o debate sobre a convivência com as diferenças. Não se trata, certamente, de anular o conflito, o embate, pois esses são necessários para a mobilização das lutas sociais e a produção de conquistas e avanços, sobretudo em sociedades marcadas por profundas desigualdades como é o caso do Brasil. Trata-se, sim, de indagar, a partir da arte, sobre a possibilidade de coexistência conflituosa e democrática, desestabilizadora e produtiva, autoafirmativa e coletiva.

Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, ligada à Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há seis anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.

SERVIÇO
O que: Abertura do ano letivo 2020 do Porto Iracema das Artes com oficina “Interpretação para cinema e TV”, ministrada por Marcélia Cartaxo
Período da oficina: 10 a 12 de março, das 14h às 18h
Carga horária: 12 h/a
25 vagas, que serão preenchidas por ordem de chegada no primeiro dia da atividade, a partir das 13h
GRATUITO

 

Assessoria de Comunicação | Porto Iracema das Artes

Publicado em