O Porto Iracema das Artes, através do Laboratório de Artes Visuais, traz para Fortaleza nos dias 15 e 16 de março a artista Virginia de Medeiros, um dos principais nome da produção contemporânea brasileira. Ela vem à Escola para dois momentos:
“Fraturar-se para o encontro”, onde apresentará a sua pesquisa, com uma fala aberta ao público sobre seus trabalhos relacionando questões de gênero, alteridade e desejo, presentes nas suas obras.
“Fábulas do Olhar”, título de um trabalho desenvolvido em Fortaleza com pessoas em situação de rua, que contou com a participação de um mestre da fotografia popular Mestre Júlio do Santos. Finalizando o evento, Medeiros lança o livro “Studio Butterfly”, inspirado na extensa pesquisa que desenvolveu com travestis baianas, obra selecionada pelo Programa Rumos Itaú Cultural e para a 27a Bienal de São Paulo.
O evento é totalmente aberto a interessados em artes, seja qual for a área. Seu trabalho discute desde questões sociológicas, sexuais, desejo e de perversão.
Conheça Virginia de Medeiros
A artista nasceu em Feira de Santana e atualmente vive em São Paulo. Em 2006, teve a obra “Studio Butterfly” selecionada pelo Programa Rumos Itaú Cultural e para a 27a Bienal de São Paulo. Em 2009, participou da residência artística “International Women for Peace Conference”, em Dili, Timor-Leste, e em 2007, da Residência Artística no Centro de Artes La Chambre Blanche, em Québec, Canadá. Recebeu o prêmio Rede Nacional Funarte Artes Visuais 2009 com a vídeo instalação “Fala dos Confins”, que em 2013 foi adquirida pelo Centro Cultural São Paulo. Em 2010 participou da 2ª Trienal de Luanda “Geografias Emocionais, Arte e Afectos” e em 2011, do 320 Panorama de Arte Brasileira, MAM São Paulo.
Em 2012, ganhou a Bolsa Funarte Estímulo à Produção em Artes Visuais com o projeto “Jardim das Torturas” e foi premiada no 18o Festival de Arte Contemporânea Videobrasil com o Prêmio de Residência ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea no Residency Unlimited – Nova York, EUA. Mostras coletivas recentes incluem: Missão (Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2014); Cães Sem Plumas (MAMAM, Recife, Brasil; Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2013); Projeto Novas Aquisições MAC CE- Dos percursos e das poesias (Dragão do Mar, Fortaleza, Brasil, 2013); Coletiva Instituto Cervantes (Instituto Cervantes, São Paulo, Brasil, 2012); Metrô de Superfície (Paço das Artes, São Paulo, Brasil, 2012); e Vídeo Guerrilha (Intervenção Urbana Augusta, São Paulo, Brasil, 2011). Em 2015 recebeu os maiores prêmios oferecidos a artistas aqui no Brasil: Prêmio PIPA e Premio Marcantonio Vilaça.
Studio Butterfly
O Studio Butterfly funcionou, durante aproximadamente um ano e meio, numa pequena sala de um edifício comercial do centro de Salvador. Ele foi pensado como um ponto de encontro com as travestis. Os elementos utilizados para a construção do espaço se baseiaram na memória visual que guardei dos quartos das travestis que habitaram a pensão de Rosana – a primeira travesti que conheci e que me fez adentrar nesse universo. No Studio Butterfly, as travestis me traziam suas fotos antigas e recentes, junto a familiares, amigos, amores, e, sentadas na “poltrona dos afetos”, me contavam algumas histórias de vida, que eu registrava em vídeo. Em troca, fazia com elas um ensaio fotográfico, e ao final lhes dava um book.
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