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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Performance – Ventura Profana – How deep is the ocean? [Quão profundo é o oceano?] durante a 35ª Bienal de São Paulo. 09/12/2023 © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Ex-integrantes do Laboratório de Teatro da Escola Porto Iracema das Artes viajam à Suíça para apresentação de performance

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Performance – Ventura Profana – How deep is the ocean? [Quão profundo é o oceano?] durante a 35ª Bienal de São Paulo. 09/12/2023 © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Com direção geral de Ventura Profana, tutora do projeto “Travesticena” no Laboratório de Teatro (2022/2023), e dramaturgia guiada por Pedra Silva, ex-integrante do Laboratório de Teatro edição (2020/2021) se apresentam, neste fim de semana (3 e 4 de maio), no Arsenic Centre d’art Scénique Contemporain, na cidade de Lausanne, Suíça 

A apresentação acontecerá nos dias 3 e 4 de maio de 2024, no Arsenic Centre d’art Scénique Contemporain, localizado na cidade de Lausanne, Suíça. As artistas se conheceram no projeto Travesticena, idealizado por Ewa Niara e realizado no Laboratório de Criação em Teatro do Porto Iracema das Artes, em Fortaleza (CE), no qual Ventura foi tutora e Pedra atuou como oficineira. 

A partir daí, em meados de 2022, Pedra foi convidada por Ventura para estar como dramaturgista e performer em “How deep is the ocean” [Quão profundo é o oceano?], exibida no encerramento da 35° Bienal de São Paulo. A parceria entre as artistas criou raízes e se fortaleceu na criação de “Every house is built by someone, but life is the creator of everything – concert performance”

A performance é uma doce fruta azeda, extremamente suculenta, um subterfúgio para sonhar séculos de saúde, gozo e liberdade em instantes. Frutas são insondáveis artistas originárias, escuras e transexuais abundantemente financiadas para viver e multiplicar vida, desempenhando a incumbência de transmutar venenos e esgotos despejados nos mananciais e aguaceiros manantes em todas as vidas que vivem, fora e dentro de todo ser que respira. A obra de arte é a edificação de uma igreja lasciva, o rugido de uma leoa com corpo e cara de congregação, é um vaso de barro sendo moldado pelas úmidas mãos da vida oleira, prestes a passar pela fornalha. Somos o vento que invade e escapa pelos portais das janelas, independente do controle ou desejo colonial, vento cujo propósito está na polinização, na brincadeira séria de esparramar sementes em chãos calejados mas inevitavelmente férteis. 

Sobre Pedra Silva 

Artista autodidata nascida em Fortaleza/CE, é travesti de pele marrom em retomada identitária. Macumbeira, artista, arte-educadora, articuladora e pesquisadora das encruzilhadas. Nos últimos anos vem expandindo seu repertório e criação a nível nacional. A produção de suas obras surge da insurgência de criar um imaginário de vida e prosperidade para a comunidade trans e de terreiro. Preciosa atua em muitas frentes, sejam elas educacionais, sociais ou artístico-culturais. Trabalha a partir de lugares artísticos expandidos, como performance, vídeo, intervenção urbana, colagem, desenho digital, instalação, games, artes cênicas, dentre outras mídias que se deixam confluir para a fabulação e manutenção de imaginários contra-coloniais. No cerne do seu trabalho educacional e cultural fundamenta-se a partir das estéticas macumbeiras que produzam mitopoéticas de contra-feitiços, do repovoamento as tecnologias de cura afropindorâmicas e do corpo e suas gestualidades como um arquivo vivo/transgressor. 

Está como produtora do projeto artístico-cultural Orquestra Sagrada do Abassá de Omulu Ilê de Iansã e como consultora artística do Núcleo de Articulação Comunitária do Instituto Mirante, é coordenadora da Residência Artística Memórias Negres-Natives e do Programa de Ancestralidades do Corpo em parceria com Museu de Cultura Cearense. É graduanda em Lic. em Teatro pelo Instituto Federal do Ceará – IFCE. Foi tutora da 10° edição do Laboratório de Criação em Dança do Porto Iracema das Artes (2022), fez parte do 73°, 74° e 75° Salão de Abril (CE – 2022, 2023 e 2024), da exposição Encruzilhada da Arte Afro-brasileira (SP – 2024), da exposição Degenerado Tibira – o desbatismo (2023 e 2024 – CE/PA) e de diversas exposições coletivas. Também é realizadora de projetos como “Como se despedir de um órgão?” e “Romaria para reviver as mortas”. Ventura Profana Filha das entranhas misteriosas da mãe Bahia, onde artérias de águas vivas sustentam em fé, abunda. 

Sobre Ventura Profana 

Profetiza multiplicação e abundante vida. Rompe a bruma: erótica, atômica, tomando vermelho como religião. Doutrinada em templos batistas, é pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual, cuja prática está enraizada na pesquisa das implicações e metodologias do evangelicalismo no Brasil e no exterior, através da difusão das igrejas neopentecostais. Em 2019, seu espetáculo Cântico dos Cânticos recebeu o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de melhor espetáculo do ano. Em 2020 lançou Traquejos Pentecostais para Matar o Senhor, seu primeiro EP em parceria com Podeserdesligado; em 2021, foi indicada ao Sim Music Award na categoria Novos Talentos; também foi uma das artistas homenageadas pelo Prêmio Pipa de Artes Contemporâneas e foi contemplada pelo edital Natura Musical para a produção de “Tentaremos Não Nos Esquecer”, álbum visual que será lançado em 2024. Ficha técnica: Direção geral e Performer: Ventura Profana Dramaturgismo e Perfomer: Pedra Silva Produção Artística: Eloá Souto Direção de Arte: Lucas Letal e Lucas Cordeiro Desenho e luz: Zan Martins e Robson Valentim Músicos: Ana Maga, Jordi Amorim e Yessir Stylist: Dayony Moura.

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) | Publicado em 03 de maio de 2024