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Escola de Formação e Criação do Ceará

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Corpos Embarcados

“Quem embarca? Quem fica? Quem vem? Já são horas de embarcar…” Corpos Embarcados é um projeto de pesquisa e criação a partir das memórias do Fandango Cearense, folguedo que faz parte das danças dramáticas do ciclo marítimo onde o enredo da brincadeira trata sobre aventuras e conflitos de uma embarcação. No Ceará podíamos encontrar a manifestação entre pescadores da Praia do Mucuripe em Fortaleza e em outras cidades litorâneas do estado. Hoje a brincadeira está somente na memória de brincantes, antigos moradores do bairro e em estudos e registros de alguns pesquisadores. O espetáculo é um experimento cênico onde se busca realizar um novo exercício coreográfico em uma tentativa de aproximar a brincadeira perdida ao universo da dança e da teatralidade nas salas de ensaio, como forma de favorecer por meio do corpo um encontro entre o saber ancestral e a contemporaneidade. 

 

Trata-se também de propor uma reflexão crítica a situação em que se encontra os pescadores onde a cada ano são engolidos pela agressiva especulação imobiliária daquela região e a falta de incentivo do estado através de políticas públicas. Prejudicando não somente sua atividade de trabalho, mas também suas memórias, seus costumes e suas tradições artísticas. Onde desembarcar agora, pescador? Para que mares foram tuas histórias? Cadê teu Porto? Para onde foi tua brincadeira?

 

SINOPSE:

 

Ao nascer do Sol, alevantam os ferros, desatracam as naus e sobem os gajeiros. Estamos prestes a navegar. Corpos embarcam para contar histórias de pescadores e de um folguedo perdido em além-mar. A partir das danças, músicas e personagens do Fandango Cearense, duas dançarinas-atrizes e três músicos navegam pelas aventuras de marinheiros, marujos e capitães que enfrentaram batalhas e conflitos de uma embarcação. E quando desembarcam percebem que sua maior batalha não é marítima: seus costumes, crenças e memórias ameaçadas pelos monstros da grande selva de pedra.