Search
Close this search box.

Escola de Formação e Criação do Ceará

Search
Close this search box.
capa-site_sao-bernardo

Cena Cineclube exibe e debate adaptações literárias para o cinema

capa site mutum

Sessões com filmes nacionais clássicos e contemporâneos acontecem às terças-feiras de março a maio

Oito sessões semanais compõem o novo ciclo do Cena Cineclube para os meses de março, abril e maio no Porto Iracema das Artes. A programação convida a um mergulho profundo no Brasil por meio de filmes realizados a partir de adaptações de obras da literatura nacional, como “Macunaíma”, “O Pagador de Promessas” e “Órfãos do Eldorado”. O “Cine-adaptações”, como o ciclo está sendo intitulado, traz sessões gratuitas e abertas ao público todas as terças-feiras, a partir do dia 26 de março, seguidas de conversa entre os debatedores e o público. As sessões acontecerão às 19h, no Estúdio de Audiovisual do Porto.

O ciclo reúne filmes clássicos e contemporâneos do cinema brasileiro. Em comum, o ponto de partida: é que os longas nascem de obras de escritores consagrados, como Clarice Lispector, Dias Gomes, Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, Mário de Andrade, Machado de Assis e Milton Hatoum. Com filmes realizados por cineastas igualmente renomados, como Joaquim Pedro de Andrade, Nelson Pereira dos Santos, Suzana Amaral, Anselmo Duarte, Leon Hirszman, Sandra Kogut, entre outros, o ciclo promove um diálogo entre as duas linguagens artísticas, resultando num panorama complexo e crítico da cultura nacional de inegável valor documental, inventivo e estilístico.

A primeira sessão acontece no dia 26 de março, com o filme São Bernardo (1972), de Leon Hirszman, adaptado da obra de Graciliano Ramos. O debate será mediado pela professora Aíla Sampaio. Já no mês de abril, é a vez do filme Mutum (2007), adaptado da obra de João Guimarães Rosa na direção de Sandra Kogut, ocupar as telas no dia 02, com a participação de Ana Flávia Camarotti. Na terça-feira seguinte, no dia 09 de abril, o filme Macunaíma (1969), dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e adaptado da obra de Mário de Andrade, será debatido pelo professor Marcelo Magalhães.

Seguindo a programação, o filme Viagem ao Fim do Mundo (1967) será exibido no dia 16.Com direção de Fernando Coni Campos, o longa é uma adaptação da obra de Machado de Assis e o debate terá novamente a contribuição do Marcelo Magalhães. A penúltima sessão do mês, no dia 23 de abril, fica a cargo do filme Órfãos do Eldorado (2015), de Guilherme Coelho, adaptado da obra de Milton Hatoum, com debate guiado pela professora Aíla Sampaio. Por fim, o filme Vidas Secas (1963), com direção de Nelson Pereira dos Santos, encerra a programação de abril, no dia 30. Adaptação da obra de Graciliano Ramos, o filme será debatido pela professora Suene Honorato.

O mês de maio reserva duas sessões. A primeira, no dia 07, exibirá o filme O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, adaptado da obra homônima de Dias Gomes. O debate fica a cargo do professor Carlos Velázquez. A segunda sessão encerra o ciclo no dia 14 de maio, com debate facilitado por Lis Paim sobre o filme A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral, adaptado da obra de Clarice Lispector.

Sinopses

SÃO BERNARDO, DIR. LEON HIRSZMAN, 113 MIN, BRASIL, 1972

Sinopse: Paulo Honório, que perambula pelo sertão a negociar com redes, gado, imagens, rosários e miudezas, arranca a fazenda S. Bernardo das mãos de seu inepto proprietário e futuro empregado, Luís Padilha. Nessa trajetória, aprende a encaixar – como coisas – os homens, cada um em seu lugar. Porém, ao casar-se com Madalena, de quem deseja a posse total, tudo se estilhaça, pois sua dificuldade em racionalizar o amor colocará em cheque sua visão de mundo. Com Othon Bastos, Rodolfo Arena, Joffre Soares e Mário Lago. Adaptado da obra homônima do escritor Graciliano Ramos.

MUTUM, DIR. SANDRA KOGUT, 95 MIN, BRASIL, 2007

Sinopse: Mutum quer dizer mudo. Mutum é uma ave negra que só canta à noite. E Mutum é também o nome de um lugar isolado no sertão de Minas Gerais, onde vivem Thiago e sua família. Thiago tem dez anos e é um menino diferente dos outros. É através do seu olhar que enxergamos o mundo nebuloso dos adultos, com suas traições, violências e silêncios. Ao lado de Felipe, seu irmão e único amigo, Thiago será confrontado com este mundo, descobrindo-o ao mesmo tempo em que terá de aprender a deixá-lo. Com Thiago da Silva Mariz e Wallison Felipe Leal Barroso. Adaptado da obra “Campo Geral“, do escritor João Guimarães Rosa.

MACUNAÍMA, DIR. JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE, 110 MIN, BRASIL, 1969

Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, sem caráter e safado. Nasceu no meio da mata, já grande, e só começou a falar aos seis anos de idade, prova cabal da sua preguiça. Seus jeitos e trejeitos, suas expressões e os seus diálogos cômicos, suas atitudes e confissões. Macunaíma, de negro transforma-se em branco, e do sertão migra para a cidade com os irmãos, buscando um compêndio de todas as vivências e aventuras possíveis no país. Macunaíma vive várias aventuras na cidade de forma zombeteira, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Com Grande Otelo, Paulo José, Jardel Filho, Dina Sfat e Milton Gonçalves. Adaptado da obra homônima do escritor Mário de Andrade.

VIAGEM AO FIM DO MUNDO, DIR. FERNANDO CONI CAMPOS, 90 MIN, BRASIL, 1967

Sinopse: Enquanto aguarda a chamada para o embarque em seu avião, um rapaz procura na banca de jornais uma leitura para a viagem. Descobre uma edição de bolso das “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. Embarca e junta-se a um time de futebol, duas freiras, um modelo de publicidade que se senta a seu lado, e um homem de meia-idade visivelmente nervoso. O rapaz lê até o capítulo “O Delírio”, onde visualiza Pandora desnuda como a verdade, a mostrar-lhe como tem sido e será a vida na terra. Com Fábio Porchat, Jofre Soares, Vera Viana, Annik Malvill. Adaptado de um dos capítulos de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, do escritor Machado de Assis.

ÓRFÃOS DO ELDORADO, DIR. GUILHERME COELHO, 96 MIN, BRASIL, 2015

Sinopse: Arminto Cordovil, um homem atormentado, volta para casa depois de muitos anos, após ser expulso por viver uma relação incestuosa com a irmã. Surpreendido pela inesperada morte de seu pai, Arminto se vê obrigado a assumir os negócios da família, que no passado fez fortuna com o transporte de mercadorias pelo rio Amazonas. Aos poucos, no entanto, ele é consumido pelos fantasmas do passado e por suas grandes paixões: Florita, a mulher que o criou, e Dinaura, uma misteriosa cantora cuja aparição na cidade fulmina sua vida como um relâmpago. Com Daniel Oliveira e Dira Paes. Adaptado da obra homônima do escritor Milton Hatoum.

VIDAS SECAS, DIR. NELSON PEREIRA DOS SANTOS, 100 MIN, BRASIL, 1963

Sinopse: Na primeira imagem de Vidas Secas, a cachorra Baleia, Sinhá Vitória, Fabiano e os dois meninos, os infelizes que tinham o dia inteiro, surgem como pontos pequeninos e imprecisos no fundo de uma imagem quase toda branca. O filme segue fiel na letra e no espírito o livro de Graciliano sobre a família entre a mudança e a fuga da seca, do fazendeiro, das contas, do soldado amarelo, da cadeia, do inferno, e movida pela esperança de uma cama de couro como a de seu Tomás da bolandeira. Com Átila Iório, Maria Ribeiro, Gilvan Lima, Genivaldo Lima e Baleia. Adaptado da obra homônima do escritor Graciliano Ramos.

O PAGADOR DE PROMESSAS, DIR. ANSELMO DUARTE, 98 MIN, BRASIL, 1962

Sinopse: Zé do Burro e sua esposa Rosa vivem em uma pequena propriedade rural próxima de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Até hoje, é o único filme brasileiro vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Com Leonardo Villar, Glória Menezes e Norma Bengell. Adaptado da obra homônima do escritor Dias Gomes.

A HORA DA ESTRELA, DIR. SUZANA AMARAL, 96 MIN, BRASIL, 1985

Sinopse: Macabéa é uma migrante nordestina semi-analfabeta que trabalha como datilógrafa numa pequena firma e vive numa pensão. Ela conhece o também nordestino Olímpico, um operário metalúrgico, e os dois começam a namorar. Mas Glória, uma colega de trabalho de Macabéa, rouba-lhe o namorado, seguindo o conselho de uma cartomante. Macabéa faz uma consulta à mesma cartomante, Madame Carlota, e esta prevê seu encontro com um homem rico, bonito e carinhoso. Com Marcélia Cartaxo, José Dumont e Fernanda Montenegro. Adaptado da obra homônima da escritora Clarice Lispector.

Sobre os debatedores

Aíla Sampaio é professora da Unifor e escritora com livros publicados. Tem doutorado em Literatura comparada pela Universidade Federal do Ceará e pesquisa adaptações de obras literárias para o cinema e a TV.

Ana Flávia Camarotti é Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade. Atualmente, como mestranda no Programa de Pós-graduação do curso de Comunicação da Universidade Federal do Ceará – PPGCOM, desenvolve pesquisa sobre o processo de inter-relação entre a novela “Campo Geral” de João Guimarães Rosa e Mutum, filme de Sandra Kogut. Adaptação tal, entendida na pesquisa como sendo uma tradução intersemiótica como transcriação de formas a partir dos conceitos de Haroldo de Campos e Júlio Plaza, os quais têm como base a semiótica de Peirce.

Marcelo Magalhães é professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará e desenvolve pesquisa acerca de relações entre modernismo e cinema brasileiro moderno. É coordenador do Projeto de Extensão “LiteraCine”, que promove exibição e debate de filmes que dialogam com a criação literária.

Suene Honorato é Doutora em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas. Professora de Literatura Brasileira na Universidade Federal do Ceará, onde coordena o projeto de extensão “Cine Descoberta”, que exibe e debate filmes sobre a questão indígena na América Latina.

Carlos Velázquez é Doutor em Música Antiga pelo CNR França. Possui Pós-doutorado em Filosofia da Educação pela UMinho e em Estudos Culturais pela Universidade de Aveiro, ambas em Portugal. Professor titular da Unifor. Pesquisador colaborador do CLLC da Universidade de Aveiro. Membro honorário do Instituto Labirinto de Psicologia Analítica e Coordenador do Movimento Investigativo Transdisciplinar do Homem – MITHO.

Lis Paim é Mestre em Artes pela Universidade Federal do Ceará. Desde 2006 atua profissionalmente no campo expandido do Cinema, realizando e montando filmes, exibindo-os, ensinando e coordenando projetos na área de gestão cultural. Atualmente, é docente do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza (Unifor) e coordena o Laboratório de Cinema e o Centro de Narrativas Audiovisuais (CENA 15) da Escola Porto Iracema das Artes.

Sobre o Cena Cineclube

Espaço de exibição pública e gratuita de filmes promovido às terças-feiras pelo Centro de Narrativas Audiovisuais da Escola Porto Iracema das Artes – o CENA 15, na Praia de Iracema. Tem como proposta estimular a formação de público e de repertório através do encontro da cena de fazedores e pensadores do cinema, convidados a programar as sessões, com o público da cidade interessado em debater os diversos cinemas do mundo.

Serviço

O quê: “Cena Cineclube exibe e debate adaptações literárias para o cinema”

Quando: Todas às terças-feiras de 26 de março a 14 de maio, às 19h.

Onde: Estúdio de Audiovisual do Porto (Rua Dragão do Mar, 160)

 

 

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Lucas Casemiro

Publicado em 14/03/2019