O encontro “Poéticas de Coexistência – Artes Visuais & Fotopoéticas” acontecerá nos próximos dias 14, 15 e 16 de julho, com lives pelo Youtube e Facebook
A fim de pensar os desafios impostos à formação em artes visuais neste cenário desenhado pela pandemia e seus possíveis desdobramentos, o Porto Iracema das Artes promove, na próxima semana, o encontro Poéticas de Coexistência – Artes Visuais & Fotopoéticas: Exercícios experimentais da liberdade. Serão três dias de debates, de 14 a 16 de julho, com artistas e pesquisadores das artes visuais de várias partes do País, que trarão diferentes olhares sobre a temática. As discussões serão transmitidas pelo canal do Youtube e pelo Facebook da Escola, simultaneamente, sempre às 15h.
Partindo do tema norteador para o ano de 2020 na Escola, os encontros estão sendo realizados a partir das linguagens artísticas que integram as esferas formativas do Porto Iracema. A ideia é promover um processo de reflexão sobre a formação em artes, com o objetivo de levantar questões que possam nortear a elaboração de um projeto público de plataforma de formação virtual, a partir da experiência vivenciada e compartilhada pelos convidados e participantes.
A diretora do Porto Iracema das Artes, Bete Jaguaribe, acentua a importância dos debates. “O ambiente da pandemia jogou nossa existência pública para o mundo virtual, desencadeando um processo de exacerbação de conteúdos variados. No entanto, no que se refere à educação, o Brasil vive um verdadeiro apagão. Assim, uma das agendas mais urgentes é pensar a formação artística a partir do que estamos vivendo e, daí, seguirmos para a construção de um ambiente de formação qualificada”, observa a professora.
PROGRAMAÇÃO
Para abrir os diálogos, na terça-feira, dia 14, a primeira mesa discute desafios cotidianos de artistas e professores que vão refletir sobre a urgência da inserção de temas como raça, gênero, religião, sexualidade etc na formação em arte. A partir do tema “Arte como invenção, afirmação e cuidado de si e do mundo – Formação e questões urgentes”, participam a historiadora e coordenadora de Educação do Instituto Moreira Salles (IMS), Renata Bittencourt, a artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Giselle Beiguelman, e o artista visual e professor Claudio Bueno. A mediação será do artista e professor Wellington Jr., da Universidade Federal do Ceará.
Na quarta-feira (15), segundo dia de encontro, a mesa tem como foco discutir o fazer artístico e seus deslimites tendo a arte como esse lugar de liberdade, tanto para a criação como para a formação, e como cada uma dessas ações só funciona em diálogo com a outra. As convidadas para a conversa “O fazer artístico e seus deslimites – Formação na criação, criação na formação” são a fotógrafa, artista visual, curadora e articuladora pernambucana Ana Lira, a pintora, ilustradora, muralista e terapeuta transpessoal Kaliane Dassi e a cuiabana Naine Terena, doutora em educação pela PUC-SP, indígena da etnia Terena e ativista. A escritora, artista visual e educadora Fernanda Meireles é quem mediará o debate.
Na terceira e última mesa do encontro, quinta-feira (16), a discussão será sobre o lugar do virtual nas artes para além das tecnologias digitais. Pensar as relações que a liberdade da arte nos impõe ao considerar todo o contexto, todo o entorno do qual estamos inseridos para acessar qualquer conteúdo. A partir do tema “O museu é o mundo, a rede, a casa – O virtual nas tecnologias digitais e além”, participarão da conversa o artista visual, professor e pesquisador Alexandre Sequeira, a professora e pesquisadora Renata Felinto e a educadora e pesquisadora pernambucana Gleyce Kelly Heitor. Valquíria Prates, curadora, pesquisadora e educadora, vai mediar o encerramento desta edição.
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Confira a programação detalhada
>>> 14 de julho (terça-feira) – 15h
Arte como invenção, afirmação e cuidado de si e do mundo – Formação e questões urgentes
Com Renata Bittencourt (IMS-SP), Giselle Beiguelman (FAU-USP) e Claudio Bueno (SP)
Mediação – Wellington Jr. (UFC)
>>> 15 de julho (quarta-feira) – 15h
O fazer artístico e seus deslimites – Formação na criação, criação na formação
Com Ana Lira (PE), Kaliani Dassi (Campinas – SP) e Naine Terena (PUC-MT)
Mediação – Fernanda Meireles (UFC)
>>> 16 de julho (quinta-feira) – 15h
O museu é o mundo, a rede, a casa – O virtual nas tecnologias digitais e além
Com Renata Felinto (URCA), Alexandre Sequeira (UFPA) e Gleyce Kelly Heitor (PE)
Mediação – Valquíria Prates (Unesp)
Sobre os participantes
Alexandre Sequeira
É artista visual, Doutor em Arte pela UFMG e professor do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteriadade social, tendo participado de Encontros de Fotografia, Seminários e Exposições no Brasil e exterior. Tem obras no acervo do Museu da UFPa, Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; Coleção Pirelli/MASP, Museu de Arte do Rio/MAR, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Museu da Fotografia/CE, Coleção de Fotografia da Associação Brasileira de Arte Contemporânea/ABAC e Bibliothèque Nacionale de France – Bnf.
Renata Bittencourt
É gestora cultural e atua como Coordenadora de Educação no Instituto Moreira Salles – IMS. É historiadora da arte tendo desenvolvido pesquisas de mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atuou no Itaú Cultural, na Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, como Secretária na Secretaria da Cidadania e da Diversidade do Ministério da Cultura (MinC), como Diretora de Processos Museais no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram – MinC) e como Diretora Executiva do Instituto Inhotim. Foi contemplada pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e pela Fulbright.
Ana Lira
É fotógrafa, artista visual, curadora e articuladora baseada em Recife (PE), Brasil. As experiências em que procura estar presente passam por vivências, dinâmicas de escuta e processos de mediação. Os projetos que elabora acontecem via parcerias e criações coletivas, que observam as entrelinhas das relações de poder que afetam nosso processo de comunicação, as articulações do cotidiano e a forma como produzimos conhecimento no mundo. É especialista em Teoria e Crítica de Cultura.
Claudio Bueno
Artista, pesquisador, curador e doutor em artes visuais pela ECA-USP, participa de exposições, residências e premiações nacionais e internacionais. Realizou falas públicas em universidades e espaços culturais como Whitechapel Gallery (Reino Unido), Universidade Humboldt de Berlim (Alemanha), Universidade da Cidade de Nova York (CUNY, EUA), Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul) e FAAP (Brasil). Integra O Grupo Inteiro, dedicado a práticas artísticas, com o qual participou de exposições no MAM-SP, MASP, Sesc SP, 33ª Bienal de São Paulo (em colaboração com o artista Jorge Menna Barreto), Far/Pro Helvetia (Suíça), Casa do Povo, entre outras. Realiza, com Tainá Azeredo, a Intervalo-Escola, que pesquisa e experimenta modos de aprendizagem a partir do campo da arte. Desenvolve, com João Simões, a plataforma Explode!, que pesquisa e fomenta práticas artísticas e culturais com ênfase nas intersecções entre classe social, raça, gênero e sexualidade. Parte de sua pesquisa atual aborda as infraestruturas tecnológicas globais e seus modos de operar junto às dinâmicas da vida e da terra. http://buenozdiaz.net.
Kaliani Dassi
É artista, pintora, ilustradora, muralista e terapeuta transpessoal. Mentora em autoconhecimento para artistas, Kaliani Dassi é professora de desenho e pintura, além de fazer acompanhamento de carreira e orientação artística para profissionais e iniciantes. Acredita que a Arte é uma importante ferramenta para o autoconhecimento e que os artistas são os visionários de seu tempo. Sua missão é ajudar artistas a resgatarem um contato sincero com a arte e a criatividade que há dentro de si. Transformando dentro, somos então capazes de transformar o mundo. Co-fundadora e sócia da Cooperativa Cultural e Artística Ungambikkula, é também baixista, cantora e compositora da banda Ungambikkula.
Giselle Beiguelman
É artista e Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Autora de diversos livros e artigos sobre arte e cultura digital e as estéticas da memória no século 21, suas obras integram acervos de museus como ZKM (Alemanha), Jewish Museum Berlin, Yad Vashem (Jerusalém) e Pinacoteca do Estado de São Paulo. E´ autora de Memória da Amnésia: políticas do esquecimento (Edições Sesc, 2019), entre outros. Entre seus projetos recentes destacam-se: Monumento Nenhum e Chacina da Luz (2019), Odiolândia (2017), Pertubadoramente Familiar (2017), Quanto Pesa Uma Nuvem (2016) e Memória da Amnésia (2015). É colunista da Rádio USP e da Revista Zum.
Naine Terena
É doutora em educação pela PUC-SP, possui mestrado em Artes pela UnB, é graduada em Radialismo pela Universidade Federal de Mato Grosso. É é natural de Cuiabá, Mato Grosso, indígena da etnia Terena e ativista. É curadora da exposição Véxoa: Nós Sabemos, que apresenta a produção de arte feita por artistas indígenas no Brasil, prevista para abrir no segundo semestre de 2020, na Pinacoteca de São Paulo. Realizou estágio pós-doutoral desenvolvendo pesquisa no Lêtece – UFMT e no Programa de Pós-graduação em educação da Unemat Campus Cáceres. Docente na faculdade Católica de Mato Grosso. Atua na Oráculo comunicação, educação e cultura, onde atua com pesquisas, docência em cursos livres, comunicação e execução de projetos. É docente nas áreas de Comunicação Social e Educação indígena, tem experiência na elaboração e execução de projetos culturais e realiza projetos e pesquisas na área de audiovisual e artes, povos indígenas e mídia, educação, rádio (com as vertentes de assessoria de imprensa e comunitária), vídeo, teatro, materiais didáticos e economia criativa.
Renata Felinto
É doutora em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2016), bolsista da CAPES e contemplada pelo PDSE pela mesma agência (2015). É Mestre em Artes Visuais (2004) e Bacharel em Artes Plásticas pela mesma instituição (2001). Licenciada em Artes pelo Programa Especial de Formação Pedagógica (Formação de Professores) do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2005). Especialista em Curadoria e Educação em Museus de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (2010). Professora adjunta do setor de Teoria da Arte no Curso de Licenciatura em Artes Visuais, Centro de Artes, Universidade Regional do Cariri/ CE (2016). É líder do grupo de pesquisa NZINGA – Novos Ziriguiduns (Inter)Nacionais Gerados na Arte locado no Centro de Artes, da Universidade Regional do Cariri/CE.
Gleyce Kelly Heitor
Educadora e pesquisadora. Graduada em História (UFPE), mestre em Museologia e Patrimônio (Unirio-Mast). Tem experiência com mediação cultural, educação e programas públicos em museus e instituições de arte. Dentre as instituições nas quais atuou, destaca que foi Coordenadora de Ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019), professora substituta do Bacharelado em Museologia da UFG (2017 – 2018) e que integrou a equipe de implementação da Escola do Olhar – MAR. Realizou estágio na Diretoria de Mediação e Programação Cultural do Museu do Louvre (2016), com bolsa do Programa IBRAM – Escola do Louvre. Atualmente é doutoranda em História Social da Cultura pela PUC-RJ e atua como consultora pedagógica da Elã – Escola Livre de Artes, projeto do Observatório de Favelas, realizado no Galpão Bela Maré, em parceria com a Produtora Automatica. Entre os seus temas de pesquisa estão: as relações entre museus, arte contemporânea e educação; as interfaces entre museologia e pensamento social brasileiro e as relações entre museus e movimentos sociais.
Sobre os mediadores
Wellington Jr.
Bacharel em Comunicação Social e Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará – UFC (1992), Mestre (1997) e Doutor (2001) em Comunicação e Semiótica pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica-COS da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo?PUC-SP. Atualmente é professor Associado III do Instituto de Cultura e Arte-ICA-UFC onde leciona nos cursos de Publicidade e Propaganda e no Programa de Pós-Graduação em Artes – PPGARTES-UFC do qual é vice-coordenador. É pesquisador ligado ao Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura-ID+ (Portugal) e líder do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte-LICCA, registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq. Artista visual e performer. Tem experiência nas áreas de Comunicação e de Artes, com ênfase em performance, artes visuais, teorias, técnicas, processos e métodos de criação artística; teorias da comunicação, semiótica, glossolalia e religião; cultura tradicional popular, patrimônio cultural imaterial.
Valquíria Prates
É curadora, pesquisadora e educadora. Graduada em Letras e mestre em políticas públicas de acessibilidade pela Universidade de São Paulo, é doutora pelo Instituto de Artes da Unesp com a tese Como fazer junto: a arte e a educação na mediação cultural. Fundadora da AVE (Agência de Viagens Espaciais), atua como colaboradora de museus, bibliotecas, universidades, escolas e instituições culturais, coordena programas de educação, mediação e formação, realiza curadorias de exposições e organiza publicações. Atualmente é colaboradora do MIS SP, como curadora do projeto Moventes, e curadora da Plataforma Usicultura. Desde 2019 é responsável pela coordenação pedagógica nacional do Programa CCBB Educativo Arte & Educação, programa patrocinado pela instituição e realizado pelo JA.CA Centro de Arte e Tecnologia.
Fernanda Meireles
É escritora, artista visual e educadora. Graduada em Letras, especialista em Arte-Educação e mestre em Comunicação, na linha de Mídia e Práticas Sociais, produz zines e eventos de publicações alternativas desde 1996. Facilitou inúmeras oficinas de zine e tem a cidade de Fortaleza como um dos temas recorrentes em sua obra, investigando as relações corpo-casa-cidade e trabalhando a linguagem manuscrita em diversos suportes. Cria e circula com a Loja Sem Paredes, ateliê e loja itinerante, em Fortaleza e mundo afora.
Sobre o tema do ano 2020
Como coexistir em tempos de intolerâncias e autoritarismos? Como viver com e ser afetado pelo outro num tempo em as diferenças de ideias, de visões de mundo, de convicções políticas, de classe social, facilmente se transfiguram em extrema violência simbólica e física? Neste ano de 2020, a escola Porto Iracema das Artes propõe o tema Poéticas de Coexistência justamente para fomentar o debate sobre a convivência com as diferenças. Não se trata, certamente, de anular o conflito, o embate, pois esses são necessários para a mobilização das lutas sociais e a produção de conquistas e avanços, sobretudo em sociedades marcadas por profundas desigualdades como é o caso do Brasil. Trata-se, sim, de indagar, a partir da arte, sobre a possibilidade de coexistência conflituosa e democrática, desestabilizadora e produtiva, autoafirmativa e coletiva. Com a pandemia, o tema norteador dos debates em 2020 ganhou potência. O confinamento impôs novos desafios de COEXISTÊNCIA. Como existirmos num contexto tão complexo?
Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é a escola de formação e criação em artes do Governo do Estado do Ceará, ligada à Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há seis anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Serviço
O quê: “Poéticas de Coexistência – Artes Visuais e Fotopoéticas”
Quando: 14, 15 e 16 de julho, sempre às 15h
Onde acessar: YouTube e Facebook do Porto Iracema das Artes
Assessoria de Comunicação | Rafaela Leite
Publicado em 08/07/2020