Escola de Formação e Criação do Ceará

Artistas do Porto Iracema das Artes se apresentam na Maloca Dragão 2018

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Espetáculo “Corpos Embarcados”. Foto: Joyce S. Vidal

Espetáculos de dança, música e teatro desenvolvidos na última edição dos Laboratórios de Criação compõem a programação do festival

O festival que celebra o aniversário do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a Maloca Dragão, é também uma oportunidade para o público conferir o resultado de processos artísticos desenvolvidos nos Laboratórios de Criação do Porto Iracema das Artes, escola de criação e formação gerida pelo Instituto Dragão do Mar. Na edição deste ano, que acontece a partir desta terça-feira (24) até o próximo domingo (29), oito grupos que passaram pelos laboratórios de dança, música e teatro do Porto no ano de 2017 apresentarão seus espetáculos, de forma gratuita, em diversos espaços no entorno do Dragão e na Praia de Iracema.

Na quinta-feira (26), o espetáculo Nossos Mortos, do Teatro Máquina, abre as participações do Porto na Maloca. Com direção de Fran Teixeira, o grupo estreia oficialmente o espetáculo no Ceará a partir das 20h, no Teatro Porto Dragão. No mesmo dia, às 21h, será a vez da coreógrafa Valéria Pinheiro apresentar o solo 233 A – 720 Kahlos, com referência à pintora mexicana Frida Khalo, no Teatro Dragão do Mar.

O espetáculo Fortaleza 2040, de Andréia Pires, Geane Albuquerque e Honório Félix, será apresentado na sexta-feira (27). A apresentação será às 18h, no Centro de Narrativas Audiovisuais do Porto (CENA 15). Ainda na sexta-feira, o espetáculo Corpos Embarcados, que resgata memória do Fandango Cearense, será apresentado às 19 no Teatro das Marias.

No sábado, os músicos da Orquestra Popular do Nordeste (OPN) iniciam sua apresentação a partir das 17h, no Largo dos Tremembés, ao lado do Estoril. Logo depois, às 18h20min, no mesmo local, sobem ao palco o artista Eric Barbosa com sua Ode ao Mar Atlântico. No último dia de festival, domingo (29), o Teatro Boca Rica recebe o espetáculo “Gente de Lá” a partir das 19h. Já o espetáculo de dança “Retorno a Juberlano”, do Grupo Ânima, será apresentado às 22h no Teatro Porto Dragão.

Confira abaixo as sinopses de cada espetáculo, bem como os horários e locais de cada apresentação.

NOSSOS MORTOS

Quinta-feira (26), às 20h, no Teatro Porto Dragão (rua Boris, 90, Praia de Iracema)

O processo do espetáculo teve início durante uma viagem de 28 dias por três regiões do semiárido nordestino, em 2015, no projeto Sete Estrelas Grande Carro, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural. Em 2017, no Laboratório de Teatro do Porto Iracema das Artes, o grupo retomou a investigação sob tutoria da atriz e diretora Tânia Farias, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, além dos colaboradores de música e voz Ayrton Pessoa, Di Freitas e Consiglia Latorre. a tragédia “Nossos Mortos” relaciona o massacre do Sítio Caldeirão de Santa Cruz do Deserto e o mito de Antígona, em um olhar voltado para o desenterrar de inúmeras histórias brasileiras que ainda precisam ser contadas, assim como precisam ser devidamente sepultados os corpos abandonados de seu povo.

233 A – 720 Khalos

Quinta-feira (26), às 21h, no Teatro Dragão do Mar

Com direção geral de Andréa Bardawil, direção de imagens e fotografias de Marcelo Paes de Carvalho e assistência de Carina Santos, o projeto teve a tutoria de Margô Assis no Laboratório de Dança do Porto Iracema das Artes em 2017. O trabalho discute a resiliência do corpo feminino a partir de referências como a pintora mexicana Frida Khalo e tem como intérprete-criadora a coreógrafa Valéria Pinheiro.

FORTALEZA 2040

Sexta-feira (27), às 18h, no CENA 15 (rua José Avelino, 495, Praia de Iracema)

O espetáculo “Fortaleza 2040” é resultado do projeto Constituição Coreográfica Criminosa, de Andréia Pires, Geane Albuquerque e Honório Félix, desenvolvido no Laboratório de Dança do Porto Iracema das Artes em 2017. Com tutoria de Alejandro Ahmed, o trabalho discute a violência urbana e o lugar da arte nas soluções, nem sempre pacíficas, do problema.

CORPOS EMBARCADOS

Sexta-feira (27), às 19h, no Teatro das Marias (Rua Senador Almino, 233 – Praia de Iracema)

O espetáculo surge a partir das memórias do Fandango Cearense, manifestação artística encontrada entre os pescadores da Praia do Mucuripe, em Fortaleza, e que hoje está somente na memória dos brincantes. Além de ser um experimento cênico sobre a dança tradicional, a apresentação propõe uma reflexão sobre conflitos atuais que atingem os pescadores, como a especulação imobiliária. O trabalho, desenvolvido no Laboratório de Dança do Porto Iracema das Artes em 2017, é assinado por Circe Macena, Marina Brito e Alisson Barbosa. A tutoria foi de Maria Eugênia Almeida.

ORQUESTRA POPULAR DO NORDESTE

Sábado (28), às 17h, no Largo dos Tremembés (rua dos Tabajaras, 397 – Praia de Iracema)

Em busca da síntese de experimentações com diversas estruturas harmônicas, rítmicas e melódicas, nasce a Orquestra Popular do Nordeste, reunião de estudantes da UECE e músicos da cena cearense. Com doze integrantes divididos em instrumentistas de orquestra e chorinho, a proposta de mesclagem do erudito e popular executa repertório com base em pesquisa da nova geração de autores e também de compositores icônicos. O projeto, desenvolvido no Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes em 2017, teve a tutoria do pianista, arranjador e compositorAndré Mehmari.

ODE AO MAR ATLÂNTICO

Sábado (28), às 18h20min, no Largo dos Tremembés (rua dos Tabajaras, 397 – Praia de Iracema)

Ode ao Mar Atlântico cria uma mitologia simbólica própria que une tarô, reiki, imersões em terreiros, representações energéticas como “xirê” (roda que evoca os orixás), assentamentos, cultura oriental, árabe (presença forte na cultura/colonização cearense), reproduções sonoras e um vasto material oriundo de pesquisas e registros videográficos e sonoros que ambientam a criação da obra, uma espécie de realização em um recorte da chamada nova música afro-diaspórica. Com tutoria de Arto Lindsay, o projeto foi desenvolvido por Eric Barbosa, em parceria com Eduardo Escarpinelli e Éden Barbosa, durante o ano de 2017, no Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes.

GENTE DE LÁ

Domingo (29), às 19h, no Teatro Boca Rica (R. Dragão do Mar, 260 – Centro)

A ação cênica em dança “Gente de lá” parte da investigação do corpo roleta-russa: negro, favelado e urbano, desenvolvida no projeto Afrontamento, dos artistas Wellington Gadelha, Priscilla Sousa e Alexandre Fernandes, no Laboratório de Dança do Porto Iracema das Artes em 2017. A ideia é interligar resistências e pensar os territórios, as violências e os circuitos de segregação étnico-racial-espacial em Fortaleza. A tutoria do projeto foi de Luiz de Abreu.

RETORNO A JUBERLANO

Domingo (29), às 22h, no Teatro Porto Dragão

Com tutoria de Carolina Holanda, o projeto desenvolvido pelos artistas Cleomir Alencar, Gil Rodriguês e Tatiane Sousa no Laboratório de Teatro do Porto Iracema das Artes, no ano de 2017, investiga e cria a partir do teatro de objetos, visitando personagens presentes em pinturas do artista naif Chico da Silva. Foram investigados objetos puros deslocados de sua função para compor o universo fantástico criado por Chico: Juberlano.

Sobre o festival

O Maloca Dragão 2018 tem como tema “As barricadas abriram caminho: 50 anos de maio de 68″ e conta com mais de 150 atrações de dança, teatro, música, circo, cultura popular, além de exposições, gastronomia, moda, intervenções de arte urbana e muito mais. Para mais informações sobre a programação, acesse: http://malocadragao.org.br/

Sobre a Escola

O Porto Iracema das Artes é uma escola de criação e formação em artes do Governo do Estado do Ceará/ Secretaria da Cultura, sob a gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de cursos básicos e técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.

 

Assessoria de Comunicação do Porto Iracema das Artes | Manuela Sales

Publicado em 25/04/2018