Escola de Formação e Criação do Ceará

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Artista Chico Henrique, integrante do grupo “Trupe Motim”, tem projeto contemplado pelo edital Rumos Itaú Cultural

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Foto: Té Pinheiro

Chico tem passagem pelo Laboratório de Teatro da Porto da Iracema das Artes, por meio do grupo “Trupe Motim”; apenas 16 projetos de teatro foram selecionados em todo o Brasil, incluindo o do artista

Consolidando a qualidade da produção artística cearense, o artista Chico Henrique, natural de Quixeré e integrante do grupo de teatro “Trupe Motim”, foi contemplado na 20ª edição do edital Rumos Itaú Cultural, um dos mais importantes editais privados do país, com o projeto “Oniroscópio: A Máquina dos Sonhos”. A conquista de Chico, que tem passagem pelo Laboratório de Teatro da Escola Porto Iracema das Artes – equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM) –, foi divulgada na segunda-feira, 6 de maio, durante uma conferência de imprensa online.

O edital Rumos Itaú Cultural contempla apenas projetos de criação artística que tenham relação com a arte e a cultura brasileira. De acordo com dados divulgados pelo portal do Itaú Cultural, 9.389 projetos de todo o país foram encaminhados para participar do processo seletivo do edital. Desse número, apenas 16 projetos de teatro foram selecionados em âmbito nacional, incluindo o do artista, único projeto cearense anunciado na categoria teatral.

Com o grupo “Trupe Motim”, Chico Henrique participou da produção de dois projetos desenvolvidos no Laboratório de Teatro da Escola, sendo estes: “Imaginário Criador: uma amotinação estético-visual-sonoro de possibilidades”, de 2016, e “Alquimia Teatral: Processos laborais para o teatro de animação”, realizado em 2019. Ambos contaram com o mesmo tutor: o ator e criador gaúcho, Luciano Wieser.

Relembrando sua trajetória na Porto Iracema das Artes, Chico aponta a importância da Escola em seu processo de crescimento artístico, bem como na evolução do grupo Trupe Motim: “A experiência na Escola não apenas desenvolveu esses dois espetáculos, mas também influenciou todas as criações da trupe, surgindo trabalhos como ‘Delírio Sem Fim’, ‘Laborioso Contato – Um Palhaço Anuncia o Fim do Mundo’ e ‘Pequeno Show de Horrores Para Sustos Medonhos’. Toda a pesquisa que desenvolvemos ganhou notoriedade, e fomos convidados a ser oficineiros no projeto ‘Abarca’, da Porto Iracema das Artes, onde ministrei oficinas em Caucaia e Itapipoca, compartilhando nossos processos criativos”, explica.

Ao refletir sobre a seleção de seu projeto na iniciativa, Chico fala sobre os desafios enfrentados como artista de Quixeré, município do interior do Estado, localizado no Vale do Jaguaribe. Ele destaca que a seleção do projeto no Rumos Itaú, não significa apenas uma conquista pessoal, mas representa uma trajetória de resistência e luta para produzir arte em uma cidade do interior: “Fazer arte em uma cidade tão pequena e com pouca estrutura é um ato de resistência. Quando precisamos nos apresentar em outras cidades, percorremos mais de 100 km, muitas vezes bancando a viagem com o próprio cachê. Isso é um ato de luta constante. Porém, produzir arte no interior não significa produzir uma arte de qualidade inferior; pelo contrário, o que produzimos aqui é fruto de uma pesquisa aprofundada, reconhecida em todo o estado, como na Escola Porto Iracema das Artes e em outras instituições”, reitera.

Visando o incentivo na produção de projetos para além da capital cearense, a Escola Porto Iracema das Artes busca apoiar estes artistas para que seus processos de pesquisa possam ser realizados de forma viável, também economicamente, como relembra Chico Henrique. “O financiamento como bolsista pesquisador na Escola foi extremamente importante. Durante esses meses, tínhamos recursos para investir em materiais para os espetáculos, bem como para realizar viagens de intercâmbio durante a pesquisa e garantir nossa própria sobrevivência. Para o artista independente, a bolsa não só financiava a pesquisa, mas também ajudava a pagar as contas”.

Destacando o reconhecimento do artista, o coordenador do Laboratório de Teatro da Porto Iracema das Artes, Levy Mota, celebra a conquista de Chico. “A notícia da premiação no Rumos Itaú, que é um dos mais importantes incentivos às artes do país, é motivo de muita comemoração, porque isso evidencia a seriedade e a consistência do trabalho da Trupe, e também porque diz do impacto do Laboratório na trajetória de um grupo do interior do Ceará!”, pontua.

Via Lei Federal de Incentivo à Cultura, os Laboratórios de Criação da Porto Iracema das Artes contam com o Patrocínio Master da Nubank.

Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Liv de Moraes (estagiária) | Supervisão e Edição: Gabriela Dourado (jornalista) e Carol Danziger (jornalista) | Publicado em 09 de maio de 2024