Escola de Formação e Criação do Ceará

Filme multiplus - Anima Mundi

Animação dos alunos do Percurso em Artes Gráficas é selecionado para o festival Anima Mundi

Filme multiplus - Anima Mundi

O filme “Múltiplos”, primeira produção do módulo “Técnicas de Animação” do Percurso em Artes Gráficas do Porto Iracema das Artes foi selecionado para o 23° Festival Internacional de Animação do Brasil, o Anima Mundi, maior festival de animação da América Latina e o segundo maior do mundo. O festival teve mais de 1.500 filmes recebidos de vários lugares e acontece nas cidades de São Paulo (10 a 15 de julho) e Rio de Janeiro (17 a 22 de julho).

A animação “Múltiplos” surgiu a partir dos primeiros exercícios de animação sugeridos no percurso. Foi proposto estudar animação na prática, a partir de técnicas e abordagens mais artesanais e mais simples, podendo gerar resultados interessantes e empolgantes, é o que explica o professor do módulo, Diego Akel. “Neste caso, trabalhamos com animação 2D em papel, utilizando um formato muito pequeno para se animar, num processo similar ao da técnica de animação direto na película, onde a animação é desenhada diretamente na película de filme, uma técnica em que a espontaneidade, a inventividade e a liberdade de criação tem enorme força”.

“Foi incrível receber a notícia da seleção. O Anima Mundi é hoje o maior festival de animação do Brasil, e o segundo maior do mundo. Ter um filme selecionado em um festival deste porte já é quase como receber um prêmio. A categoria que o “Múltiplos” foi selecionado, Futuro Animador,  já é em si um incentivo para que os alunos se sintam ainda mais confiantes para seguir em frente como animadores, realizando cada um seus próprios filmes de animação”, afirma Diego Kamel.

Durante o processo criativo, foi usado referências de trabalhos de mestres nesta técnica, como o canadense Norman McLaren e neolandês Len Lye. Foi um trabalho totalmente coletivo, onde os alunos tiveram total liberdade para trabalhar, utilizando materiais simples como lápis de cor, marcadores, canetinhas, gizes de cera, até colocar o trabalho de cada um na sequência do outro, junto ao som de uma música de jazz, para o filme ficar pronto.

Érica Nogueira foi uma das componentes da turma e conta como foi participar dessa produção. “O professor reuniu a turma em sala e pediu para que a gente desenhasse em fitas que simulavam um rolo de filme. Em cada retângulo, um aluno desenhava conforme a sua criatividade. Minha parte na animação continha cerca de 119 retângulos e durou por volta de 9 segundos. O filme em si continha formas que se transformavam em outras quando se tocavam ou apenas mudavam de cor, foi um trabalho bacana, ficamos muito felizes quando soubemos que tínhamos sido selecionados”, explica.
Dentre as disciplinas ministradas durante o percurso de Artes Gráficas, os alunos tiveram acesso a diversas técnicas de animação, como animação 2D livre, animação 2D livre em dispositivos móveis, rotoscopia, pintura-no-tempo, stop motion com objetos e outras. O objetivo maior era que os alunos tivessem acesso de forma simples a diversas técnicas e abordagens, incorporando-as aos saberes que eles já dispunham, sobre a produção que foi selecionada para o evento, Diego explica. “Para o curta “Múltiplos”, não houve tema, e nem mesmo roteiro, storyboards ou qualquer planejamento: o filme nasceu espontaneamente, a partir dos experimentos livres feitos em sala”.
Daqui pra frente, o professor Diego Kamel vai continuar inscrevendo o filme em festivais de animação pelo Brasil e no exterior, nas categorias de trabalho de estudantes, mas ele considera que a seleção do “Múltiplos” já o coloca em destaque em um festival de renome internacional como o Anima Mundi. “Nossa produção mostra as possibilidades de um cinema de animação espontâneo e intuitivo, como foi visto nas práticas em sala nas disciplinas de Técnicas de Animação. Todos os alunos já eram talentosos antes, e agora acredito que estejam prontos para o que quiserem fazer. Os mercados de trabalhos e os conceitos que se costumam dar a eles são abstratos, passageiros e vulneráveis; o talento dos alunos, ao contrário, é palpável, constante e forte, e vai perdurar nas suas vidas e carreiras”, finaliza Diego.