Por Rafaela Leite
Integrante dos Cursos Básicos de Audiovisual do Porto Iracema, em 2018, Ingred Xavier conta seu despertar para a Fotografia e para sua própria arte em mais uma edição do Navegadores em Quarentena
Diferentes imagens compõem a trajetória de Ingred Xavier no mundo das artes. Não só imagens de si, mas de pessoas e momentos, captadas através de seus olhos e de lentes de vidro. Formada em Design de Moda, ela trabalhava o olhar desde cedo, mas só depois descobriu seu verdadeiro foco, “indo para o lado mais artístico”, como diz.
Ingred começou a estudar Fotografia e Cinema no Porto Iracema das Artes, em 2018, onde, logo nas primeiras aulas, enxergou a profundidade de um campo que, até então, não tomava para si. “Foi transformador como a minha mente se abriu para o Cinema e para a Fotografia”. Ao longo da formação nos Cursos Básicos de Audiovisual da Escola, ela participou do Percurso de Câmera e integrou a equipe do Preamar como diretora de fotografia no curta-metragem “Plástico”, em estágio de finalização. “Eu pude abrir minha visão sobre como é feito um filme, como cada parte e cada setor se encaixam para formar o todo”.
Outros ângulos surgiram nesse meio tempo e foi das parcerias que a Escola faz com artistas que Ingred descobriu outra paixão: a cobertura de eventos. O portfólio retrata não só sua ligação com o Porto Iracema, mas histórias que seguem sendo escritas. “Hoje é o que eu mais gosto de fazer e é o que eu estou fazendo”.
A frase é interrompida, não na fala, forte e compassada, mas no próprio tempo. Com o isolamento social necessário para o combate à pandemia Covid-19, eventos em todo o mundo foram cancelados e adiados, o que causou impacto direto nesse campo da fotografia. “Eu estava trabalhando com eventos, mas aí na quarentena veio essa situação horrível”, conta Ingred. O desemprego chegou em seguida, junto ao corte de muitas outras pessoas no local onde trabalhava.
Palavras e imagens
O isolamento, contudo, não foi apenas sinônimo de perda para ela, mas também de encontro consigo mesma. Estar sozinha a obrigou a se observar e a perspectiva interna lhe levou de volta ao início, à escrita e às motivações para fazê-la. Como meio de aliviar a pressão de tudo o que está acontecendo, Ingred passou a colocar-se no papel para se expressar e ver seus sentimentos com forma e dimensão.
Como em frames de vídeo, sua memória pode ser visitada por meio de suas palavras, escritas e faladas. Hoje mira um objetivo com clareza: quer ser diretora de fotografia. “Eu acho isso de uma sensibilidade, de uma arte muito refinada, muito bonita”, diz. Uma perspectiva não só para si, mas para quem está do outro lado da tela e a quem ela busca encher os olhos com a fotografia e o transbordar da arte.
Assista ao vídeo completo, produzido e editado pelo Núcleo de Audiovisual do Porto Iracema (Nave), com o relato de Ingred Xavier:
Assessoria de Comunicação | Porto Iracema das Artes
Publicado em 29/07/2020