Quando a música consegue alcançar públicos diversos, ela transforma. E é justamente para promover transformação que o Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes trabalha, impulsionando a carreira de quem tem a oportunidade de estar num dos maiores espaços públicos de experimentação musical do Brasil. Assim aconteceu com Luiza Nobel e com Lua, dois artistas que participaram da 7ª edição do Lab, em 2019, com os projetos “Um Corpo Sem Voz em Busca de Voz” e “Atlântico”, respectivamente. Cada um trabalhando estilos musicais distintos, o som dos dois têm em comum a diversidade do público que alcança. Conheça, a seguir, um pouco da trajetória desses artistas.
Uma busca através do tempo
Em sua jornada na busca por uma identidade, a cantora Luiza Nobel encontrou na música um ancoradouro. “Eu posso dizer que a música me tirou de um lugar anônimo. Não só enquanto artista, de visibilidade artística, mas de dignidade pessoal mesmo. De ter voz enquanto pessoa. O nome do meu projeto no Porto é ‘Um corpo sem voz em busca de voz’ e isso atravessa muito a minha carreira. De criar essa voz. Eu vim de uma escola em que o meu perfil de pessoa – uma mulher preta, gorda – sofria muito bullying. E eu passei a ter outras características que não fossem só para o bullying a partir do momento em que comecei a cantar”, afirma a cantora.
No Lab Música, Luiza e os músicos colaboradores Zeis (guitarra e programação), Glauber Alvez (baixo e programações) e Daniel Rebouças (bateria) desenvolveram um processo de pesquisa musical nova, resultando num single que deve sair no fim de março, junto a um videoclipe. O trabalho conta com produção de Mahmundi, tutora trazida pelo Porto Iracema das Artes para acompanhar a artista cearense, e está em fase de masterização e de mixagem. Além disso, o repertório produzido no Laboratório é uma marca que Luiza leva a outros espaços. Um deles foi o Aparelha Luzia, conhecido centro cultural e quilombo urbano de São Paulo. “Foi legal porque a gente foi muito bem recebido, a casa realmente estava cheia e foi uma coisa bem simples, mas que agregou muio no nosso trabalho”, conta.
Fortaleza por um oceano
Transformações positivas também aconteceram para o cantor, produtor, compositor e músico Lua, ou Leonardo Corrêa, que em sua passagem pelo Laboratório de Música da Escola desenvolveu o projeto “Atlântico”, resultando no lançamento do seu primeiro disco solo no dia 7 de fevereiro, pelo selo Berlim Tropical Records. Ele, que começou a carreira como produtor musical independente aos 15 anos, conta ter passado por uma transformação pessoal durante o Lab que o tornou mais forte também nas competências profissionais, minimizando seu medo de cometer erros.
“O Porto potencializou muito as músicas no quesito conceitual, claro, porque foram sete meses, mas principalmente no quesito técnico. Sinto que as músicas estão mais maduras pelas várias orientações que recebi, tanto do técnico de som, quanto da tutoria com o Omulu, bem como das oficinas. Era essa educação, aprender todas essas coisas, que eu estava precisando para o álbum ir para frente”, comemora.
Laboratório de Música
Sete anos de existência não foram capazes de engessar a criatividade dos artistas que por aqui deixaram a sua marca. Desde a primeira edição, em 2013, o Laboratório e Música do Porto Iracema das Artes apoiou um total de 30 projetos, que impulsionam a musicalidade cearense rumo à visibilidade na produção cultural do País.
Para Mona Gadelha, coordenadora do Laboratório, o espaço “se consolidou como um lugar de aprimoramento de processos artísticos, com pesquisas, experimentações e produções. Sempre abertos às mais diversas vertentes, seguindo uma característica da identidade musical cearense, que é ricamente ampla, numa abrangência exuberante de estilos.”
Um legado da edição do Laboratório em 2019 foi a consolidação da experiência de gravações no estúdio da Escola. O disco de Lua, “Atlântico”, por exemplo, foi inteiramente registrado no estúdio. Já a cantora Luiza Nobel utilizou o espaço para sessões de gravações, assim como a banda Pulso de Marte, formada pelas guitarristas e cantoras Letícia Monteiro e Nathália Rebouças com o baterista Jefferson Lima, que gravaram partes do EP “Marte é Mulher”. O quarto projeto da edição de 2019, Peripécias Transversais, da Orquestra Transversal, formada por 12 instrumentistas, também iniciou a gravação de seus arranjos, em outro estúdio da Cidade, contando com participação da compositora e flautista Léa Freire, que tutorou o projeto no Laboratório.
Inscrições
As inscrições para a 8ª edição dos Laboratórios de Criação iam originalmente até 19 de março e foram prorrogada até 05 de abril (confira AQUI o novo cronograma). Em 2020, serão desenvolvidos 29 projetos, divididos em Artes Visuais (8), Cinema (6), Dança (5), Música (5) e Teatro (5) – sete a mais que nas edições anteriores. Além disso, artistas cearenses terão acréscimo na ajuda de custo, que passará a ser de R$ 1.000,00 por mês. A submissão de projetos deve ser feita exclusivamente pelo site da Escola.
Confira AQUI o regulamento do Laboratório de Música.
Em caso de dúvidas, entre em contato pelo e-mail: coordenadoralabmusica@gmail.com
Sobre a Escola
O Porto Iracema das Artes é uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, sob gestão do Instituto Dragão do Mar (IDM). Criada em 29 de agosto de 2013, há seis anos desenvolve processos formativos nas áreas de Música, Dança, Artes Visuais, Cinema e Teatro, com a oferta de Cursos Básicos e Técnicos, além de Laboratórios de Criação. Todas as ações oferecidas são gratuitas.
Serviço
O que: Inscrições abertas para os Laboratórios de Criação 2020
Quando: 11 de fevereiro a 05 de abril de 2020 (inscrições prorrogadas)
Confira o novo cronograma AQUI
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GRATUITO
Assessoria de Comunicação | Porto Iracema das Artes