Escola de Formação e Criação do Ceará

joe pimentel

Cinema do Dragão exibe “Homens com cheiro de flor” seguido de debate com o diretor Joe Pimentel

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Como parte da programação do 2° PIER – Semana de encontros e realizações da Escola Porto Iracema das Artes, o Cinema Dragão – Fundação Joaquim Nabuco, exibiu o filme “Homens com cheiro de flor” na manhã dessa terça-feira (25), seguido por um debate com o diretor do longa, Joe Pimentel.

 O debate abordou nas questões relacionadas ao roteiro, produção e montagem do filme. Joe Pimentel, que também co-dirigiu o filme Bezerra de Meneses – o Diário do um Espírito, conduziu a discussão, respondendo as perguntas feitas pelos participantes da sessão.

 Iago Barreto (20), aluno do Curso Básico de Audiovisual, avalia a importância do debate com profissionais da área para a formação dos alunos. “Ter uma pessoa dessas [Joe Pimentel], que tem uma experiência de campo, que defendeu um filme em um festival no Rio de Janeiro […] é muito bom. É produtivo alguém mostrar um tipo de cinema que você pode fazer”, afirma o estudante.

 Joe Pimentel também reforça a importância do diálogo com os profissionais da área e avalia o debate feito com os alunos da Escola Porto Iracema das Artes. “Os debates são bacanas. As perguntas são totalmente pertinentes e eu acho que esse tipo de contato entre realizador e aluno é fundamental para a formação. É diferente de quando você tem uma aula teórica e uma prática, na qual você aprende determinada coisa. Mas outra coisa é a realidade do mercado de trabalho. Como é que a gente vive? Como é que a gente faz? Como é que sobrevive? É fundamental, tanto no ponto de vista da técnica, quanto da linguagem, ter esse contato com profissionais para entender um pouco como é que a coisa acontece, como você faz captação”, explica o cineasta.

 “Homens com cheiro de flor” fala sobre a vida de três pistoleiros do sertão nordestino: Deodato Viscaíno (Joelson Medereiros), Custório da Cruz (Aury Porto) e Zé Caleggo (Demick Lopes). O argumento e o roteiro foram escritos por Emmanuel Nogueira, inspirado no trabalho e no livro de Peregrina Capelo, “Como se Fabrica um Pistoleiro” (2003).

 Ao longo do debate sobre o filme, Pimentel, que também já atuou na função de diretor de fotografia (no filme “Sertão das Memórias”), narra as diversas dificuldades enfrentadas pela equipe técnica, tanto na produção, quanto na filmagem do longa. Os problemas de estrutura, de locação e, principalmente, o baixo orçamento do filme, dificultaram o processo de filmagem, realizado nas cidades de Quixadá e de Cascavel.

 O diretor afirma que o filme é uma história que tenta se identificar com o maior número de pessoas, considerando-o, então, um filme popular. “Não fiz um filme pra passar em festival. Fiz um filme que criasse no telespectador a vontade de vê-lo até o final”, afirma.