Ao todo, estão sendo produzidos quatro curtas metragens com temáticas que vão de relações com a ancestralidade, memórias pessoais e coletivas a questões ligadas à saúde mental
O termo “Preamar” define o período de maior turbulência das águas do mar. Metaforicamente, este é também o nome dado ao processo de criação artística que ocorre com objetivo de aprofundar os estudos desenvolvidos no Programa de Formação Básica da Porto Iracema das Artes — Instituição da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) gerida pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Atualmente, estão no Preamar os alunos que iniciaram o Curso de Formação Básica em Audiovisual em agosto de 2021.
É neste momento que as alunas e alunos vivem intensas experiências, singulares e coletivas, para produzir e colocar em prática aquilo que foi anteriormente aprendido. Este é o período em que os estudantes se dedicam à criação de um primeiro projeto de curta-metragem, nas mais diversas linguagens.
Isaac Pipano, coordenador dos cursos básicos em audiovisual, explica que “como o nome do programa sugere, a ideia é elevar ao nível máximo as possibilidades de formação, criando uma turbulência potente e criativa, assim como as marés cheias do mar aberto, a Preamar referida no título do programa”.
A proposta é que equipes de ex-alunos da Porto Iracema se engajem em projetos de criação artística sob tutoria de profissionais de carreira consolidada. Cada filme é realizado ao longo de três dias e, após a realização, as equipes entram na fase de pós-produção, ou seja, montagem, edição de som, cor e finalização, que leva cerca de 5 a 6 semanas.
Paulo Carter, de Fortaleza, é um dos participantes da atual turma do Preamar, com o curta-metragem “Casa dos Espelhos”. Ele conta que a experiência está sendo uma oportunidade de entrar em contato com diferentes pessoas que desejam pensar junto sobre o audiovisual. “A troca estabelecida no percurso está sendo muito boa e fundamental, principalmente pensando nas minhas próximas produções. Estou levando esses ensinamentos para frente. Foi uma virada na minha vida, em março do ano passado em não estava dentro de nada no audiovisual, hoje eu gravei um curta e já estou encaminhando a pós-produção dele” comenta Paulo, que atuou como diretor.
A gravação dos curtas-metragens marcam também o retorno das atividades do Percurso de Audiovisual ao presencial, considerando que as atividades foram todas construídas no formato online ou híbrido, desde agosto do ano passado. As aulas e práticas ocorreram por meio dos encontros virtuais e agora os estudantes se encontram pela primeira vez para fazer os filmes.
De Iguatu, no interior do Ceará, Pedru Lima sempre sonhou em participar de projetos no audiovisual, mas nunca encontrou cursos na área em seu município. O artista conta que participar das atividades com o projeto “Delphine”, está sendo gratificante não só pela oportunidade de fazer cinema, mas por permitir que se haja a construção de relações, partilhas e laços com o grupo de forma presencial. “Estou adorando fazer cinema na prática. Ver meus colegas pessoalmente e exercer tudo aquilo que aprendemos juntos está sendo realizador. As minhas expectativas são altíssimas, reforça Pedru.
Assessoria de Comunicação Porto Iracema das Artes | Texto: Gabriela Viana (estagiária), com supervisão e edição de Marina Solon (jornalista) | Publicado em 28 de março de 2022.