Escola de Formação e Criação do Ceará

Laboratório de Teatro

O Laboratório de Teatro tem como objetivo principal fomentar o desenvolvimento de projetos que combinem pesquisa e criação, proporcionando cruzamentos entre a prática teatral, em suas diversas dimensões, como direção, interpretação, formação de artistas, cenografia etc., e reflexões estéticas e conceituais.

Desde a sua criação, em 2013, até 2019 o Lab Teatro contemplou 30 projetos, sendo cinco nos dois primeiros anos (2013 e 2014) e quatro nos demais.


Coordenação

Levy Mota é artista de teatro, produtor e pesquisador. Mestre em Artes pela UFC (2020) e graduado em Artes Cênicas pelo IFCE (2008), é ator e gestor do Teatro Máquina há mais de 15 anos, grupo com o qual participou de diversos festivais como Edinburgh Festival Fringe (Escócia), Festival de Teatro de La Habana (Cuba), FIT Rio Preto, FIAC Bahia, MIRADA, entre outros. Com o grupo, foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro de São Paulo (2009), pela técnica desenvolvida no espetáculo O Cantil, recebeu o Prêmio Myriam Muniz de Teatro três vezes e foi também contemplado pelos programas Eletrobras Cultural (2010) e Petrobras Distribuidora de Cultura (2009/2014/2017). Em 2016 circulou pelo Brasil com quatro espetáculos do Teatro Máquina, através do Palco Giratório – Circuito Nacional (SESC). É co-autor do livro digital Sete Estrelas do Grande Carro 2015-2020 (Ed. Javali, 2020), e da galeria virtual homônima, ambos fruto de projeto contemplado pelo Rumos Itaú Cultural (2013/2014).

Conheça todos os projetos contemplados:

Projetos

2022

CORPO-CABRA: CORPOREIDADES E MASCULINIDADES NO CARIRI (Juazeiro do Norte)
de Fagner Fernandes, Edceu Barboza e Elizieldon Dantas • Grupo Ninho de Teatro / Tutoria: Marcelo Evelin

A pesquisa cênico-etnográfica Corpo-Cabra: corporeidades e masculinidades no Cariri, parte da terminologia “Cabra” como um marcador colonial que imprime suas violências e desumaniza corpos de homens pretos-indígenas ao subjugá-los bichos. A partir desse fato histórico, objetivamos investigar através do corpo como o modelo hegemônico de homem imposto aprisiona as performances de masculinidades, sendo estas deflagradoras de violências de gênero e outras tantas.

 

CRIAÇÃO EM TEMPO ESPIRALAR: HISTÓRIAS DE AMEDRONTAR
E SUAS ORALITURAS, EXU E SUAS ENCRUZILHADAS (Fortaleza)
de Rafael Semino, Gabriel França e Valdir Marte • Coletivo Farol Novo / Tutoria: Plataforma Araká

Esta pesquisa nasce do desejo de desenvolver processos de criação em tempo espiralar, tendo por objetivo a enunciação de 4 caminhos: compressão do tempo espiralar para habitar o tempo floresta, que se dará em estudos sobre as temporalidades na arte. Atualização dos mitos no corpo, utilizando a mitologia de Exu a fim de tensioná-lo junto a esse caminho. Inscrição das oralituras, por meio de histórias de amedrontar da infância e entrevistas feitas no interior do Ceará. Como desenvolver obras que tragam experiências de temporalidades, levando em consideração a forma que Exu se revelou no processo, juntamente com as histórias de amedrontar? Pretendemos responder essa pergunta no último caminho, que se dá nos eixos performativos pelos quais passeamos como artistas, entre eles o teatro, as artes visuais, a ilustração e a escrita.

 

DESFIANDO MEMÓRIAS (Guaraciaba do Norte)
de Jocilene Ramos, Letícia Muniz e Daniel Fernandes / Tutoria: Cláudio Ivo

A pesquisa propõe realizar um mergulho em memórias femininas e suas criações manuais a partir do algodão e suas transformações, percorrendo rastros ancestrais herdados pelo ofício, suas corporeidades e sonoridades. A proposta é inspirada em mulheres sertanejas do interior do Estado do Ceará, que trazem consigo histórias e memórias que se entrelaçam com linhas, tecidos e a paisagem do sertão. Baseado na perspectiva “Corpo como lugaridade de ofícios” a pesquisa busca investigar como esses saberes e fazeres reverberam no corpo e na cena, alcançando uma criação cênica atravessada pelo audiovisual e outras tecnologias.

 

DRAMA ESPAÇADO (Fortaleza)
de Geane Albuquerque, Andreia Pires, Gyl Giffony, Melindra Lindra
e Wellington Fonseca • Inquieta Cia. / Tutoria: Vinícius Arneiro

Proposta formativa e criativa que pesquisa o estilhaçamento do drama, remexendo no que pode vir a ser tempo, ação e texto, em uma percepção múltipla e produtiva. Inspira-se no jogo da amarelinha, tanto no procedimento da brincadeira quanto na experiência proposta por Julio Cortázar em seu livro “O Jogo da Amarelinha”. A Inquieta Cia. busca um teatro performativo, rabiscado por discursos, linguagens e materialidades heterogêneos, despedaçados pelo espaço de jogo e de cena.

 

PROCURA-SE MARLY (Redenção)
de Rosana Braga Reis, Anderson Marques, Wilame Júnior e vyna garcy / Tutoria: Tieta Macau

PROCURA-SE MARLY é disparada por uma carta de amor escrita em 1957 e achada em uma rua de Fortaleza. A proposta é criar dramaturgias para corpos-carta afetados pela saudade e pelo desejo do encontro, encruzilhando teatro, audiovisual e aparições. A pesquisa será realizada em dois eixos: “Fortaleza” (pesquisa documental e cartográfica) e “Unilab”, nos municípios de Redenção e Acarape (arqueologia dos corpos e fantasmagorias nas festas de uma universidade que evoca afetos além-mar).

 

 

TRAVESTICENA (Fortaleza)
de ewa nïara, Luz da Guia e Souma / Tutoria: Ventura Profana

Essa proposta de investigação consiste na criação de uma casa-galeria, com instalações cênicas e performances. O intuito é desenvolver os primeiros experimentos e escritas de uma tríade de cômodos performáticos, que representem momentos-chave da pesquisa, a saber: território, akuirlombamento e ancestralidade. Partindo de entenderes de cuidado, criar um programa performativo que teçam saberes transvestis-raciais, contra ideias de violência e marginalização transvesti enquanto espaço seguro.

2020

Afrografias da Corpa-Jabuti:
memória e tempo de uma diáspora entre Quixadá e Fortaleza

Comicidade e questões de gênero: corpos negros, femininos e LGBTs na comicidade popular

Chorume: laboratório em teatro documentário

Pagode Russo

2019

Alquimia Teatral: Processos laborais para o teatro de animação – Quixeré (CE)

Mapa do Flâuner: rotas vagabundas da cidade – Sobral (CE)

Negritude feminina na Tribo Kariri – Crato (CE)

Onde estavam as travestis durante a ditadura? – Fortaleza/CE

2018

BOCA AMORDAÇADA

Dramaturgias da Água e da Seca

Inventário para poéticas futuras

Expresso Sonho Azul

2017

Caldeirão de água no deserto – realidades e utopias?

DESPEJADAS – entre o teatro e a cidade, a questão do gênero

Nossos Mortos

O retorno a Juberlano

2016

Exceder, transgredir, deformar: o grotesco na performance do palhaço

Imaginário Criador: uma amotinação estético-visual-sonoro de possibilidades

Um Corpo em Estado de Demolição: Um Percurso Poético a Partir do Edifício São Pedro

TransOhno

2015

Asja Lacis já não me escreve

O Sagrado e o Profano, as Vozes de uma Cidade

Os Miseráveis

Um corpo em final de festa

2014

A CIDADE COMO DRAMATURGIA: Uma experiência de atuação na rua

Memórias de Mestres: a mímesis corpórea dos mestres da tradição popular do Cariri

Encenações contracenadas entre o distanciar e o invadir

Filho(a) – Bagaceira 15 Anos

Lastá – Estudo do teatro de animação

2013

Sólito – Pesquisa em teatro físico-visual / magie nouvelle

Trilogia Hamlet: “Rosencrantz & Guildenstern estão mortos”

Price world ou a sociedade a preço de banana

Luz, ator, ação

Jogo e enceneção: Teatro máquina e o material FATZER de Brecht